POV JOREL
O sol cortava as cortinas de forma insistente. Abri os olhos com a sensação de que meu cérebro havia sido esmagado por um rolo compressor. Minha boca estava seca, amarga, o gosto de cocaína e álcool ainda impregnado na língua como um veneno que não se dissipava.
Tentei me levantar, mas o corpo respondeu com uma onda de náusea, obrigando-me a engolir seco, meus músculos tremendo involuntariamente.
Minhas roupas estavam espalhadas pelo chão e o odor que tomava conta do quarto era de suor, sujeira e... droga.
Olhei para minhas mãos e observei meus dedos levemente trêmulos.
Levantei e fui me arrastando para o banheiro. Eu estava de cueca e camisa. Me olhei no espelho e um estranho me encarou do outro lado. Fazia um tempo que não nos víamos. O sujeito tinha olhos vermelhos, pupilas ainda dilatadas e a pele pálida.
Cuspi na pia, enxaguei a boca com água gelada, mas o gosto não saía. Nada saía... nem a culpa, nem o vazio, nem aquele buraco no peito que a cocaína tapava por algumas