(Larissa)Entrei no elevador com o coração martelando no peito. Meu braço instintivamente envolvia Gabriel, como se eu quisesse protegê-lo do mundo, ou talvez de mim mesma. Respirei fundo, tentando recuperar o controle, mas as lembranças me invadiram sem piedade.O rosto dele… A expressão de raiva… A forma como ele me olhou aquele dia, como se eu fosse um erro, uma traição viva. “Some da minha casa, Larissa.” A voz dele ainda ecoava, mesmo depois de tanto tempo.E o pior de tudo? O sorriso satisfeito da Chiara ao fundo, como se ela tivesse vencido.Meus olhos começaram a arder, mas não deixei nenhuma lágrima cair. Não na frente do meu filho.Senti uma mão no meu ombro e me virei um pouco, e ali estava Rafael, com aquele olhar compreensivo que ele sempre teve, mesmo quando eu nem sabia se merecia.Ele sorriu de leve e me puxou pra um abraço, encaixando Gabriel entre nós com cuidado.— Tá tudo bem — ele murmurou, baixinho, perto do meu ouvido. — Ele só ficou surpreso. Foi só isso, La
Chegamos ao local do baile, e a fachada já estava toda iluminada. Câmeras, fotógrafos, flashes. Era um evento de gala mesmo, coisa que eu só tinha visto em revistas.Assim que descemos do carro, os flashes começaram. Fiquei um pouco tensa, mas Rafael apertou de leve minha mão.— Só anda do meu lado. O resto a gente ignora.Fiz exatamente isso. Caminhamos lado a lado pelo tapete vermelho improvisado na entrada. Ouvi alguns comentários, sussurros, alguns “quem é ela?” misturados com "nossa, que vestido!". A sensação era surreal.Entramos no salão, e ele estava lindamente decorado. Lustres de cristal, música ambiente, garçons passando com bandejas de bebidas... e logo avistei um rosto conhecido.Diogo.Ele nos viu, abriu um sorriso e veio em nossa direção. E quando chegou perto, me puxou num abraço apertado.— Larissa... Meu Deus do céu... olha pra você. Está maravilhosa.Sorri grande, apertando ele de volta.— Obrigada, Diogo. Você também tá impecável.— Mas olha isso! — ele se afastou
Meu coração disparou. Droga. Por que justo ele?Olhei ao redor, o reflexo já automatico de quem sabia o tamanho da encrenca. E sim… onde estava Chiara? Porque se ela aparecesse agora…— Me solta. — pedi baixo, tentando puxar o braço, mas ele não largou. Ao contrário, deu um passo pra perto e colocou a outra mão na minha cintura.— Dança comigo. — ele disse, a voz baixa, o rosto mais perto do que deveria.— Eu não quero dançar com você. — respondi firme. — E tira a mão de mim.Ele inclinou o rosto ainda mais, sussurrando próximo ao meu ouvido:— É melhor não fazer cena. As pessoas estão olhando. Não vai pegar bem causar um barraco na festa do seu amiguinho Diogo.Suspirei, soltando o ar com raiva contida. Estávamos mesmo sendo observados. Alguns curiosos, outros só acompanhando a dança. Se eu empurrasse ele ali, com certeza viraria assunto da festa inteira.Engoli em seco, controlando o impulso de socar o nariz dele, e deixei que ele me conduzisse de volta para o meio do salão.As luze
A mãozinha de Gabriel apertava a minha com força. Ele andava do meu lado pulando em alguns quadradinhos da calçada, como se aquele dia fosse só mais uma aventura qualquer. Eu, por outro lado, sentia o coração bater forte no peito.Chegamos à escola, uma casinha colorida com o som de crianças brincando nos fundos. O portão de ferro estava aberto, e uma moça de uniforme azul nos recebeu com um sorriso caloroso.— Bom dia! Você é a Larissa? A mãe do Gabriel? — ela perguntou.Assenti, apertando a mão dela.— Sim. Vim conversar com o diretor sobre a matrícula.— Claro! Podem entrar. Eu sou a Tereza,
— Ele é um amigo incrível — respondi com um sorriso. — E eu fiquei muito animada com a proposta que você mencionou. Design de brinquedos é uma área que eu sempre tive vontade de explorar.— Perfeito. Vamos começar?Outros dois profissionais entraram na sala. Uma era a Júlia, diretora de marketing, e o outro, Roberto, chefe do setor de criação. Ambos me cumprimentaram com educação e curiosidade nos olhos. Rodolfo fez as apresentações e então puxou uma cadeira para mim.— Seguinte — começou ele, abrindo a pasta. — Estamos com um projeto novo, focado em brinquedos educativos para bebês de 6 meses a 3 anos. Queremos peças com texturas diferentes, cores que estimul
Assim que a tensão baixou um pouco na sala, me ajeitei melhor na cadeira e deixei o sorriso voltar aos lábios. Era hora de mostrar a que eu vim.— Bom, eu queria só esclarecer com vocês que o foco da minha atuação aqui na empresa vai ser na área de marketing — falei, olhando para cada um dos sócios, inclusive o ranzinza. — É onde eu me formei, onde atuei por anos e onde eu realmente posso contribuir com ideias, estratégia e inovação. Não pretendo me meter em áreas que não domino. Estou aqui pra somar.Um dos sócios, o mais novo deles, sorriu e assentiu.— Perfeito. A casa tá precisando de inovação mesmo, principalmente nessa parte. (Alessandro)Vi o táxi se afastando com Larissa dentro e respirei fundo. Por que diabos eu fui atrás dela? Por que entrei no carro? Que tipo de idiota eu me tornei?Caminhei até meu carro, que estava estacionado na rua de trás. Entrei e bati a porta com força, socando o volante logo em seguida. Merda.Desde o dia em que a encontrei no shopping, minha cabeça virou um campo de batalha. Ela apareceu como se não tivesse destruído tudo... como se pudesse simplesmente voltar e mexer em tudo de novo. Mas a verdade? Ela já mexeu. E eu não consegui mais desligar.Tenho discutido mais com a Chiara. Gritado com os funcion&aacutCapítulo 68 - Alessandro
(Larissa) Luciano e eu estávamos completando três anos de namoro, e eu mal podia conter minha empolgação, já que minha melhor amiga, Samira, contou que o viu no shopping mais cedo, em uma joalheria, escolhendo um anel lindo. Ela estava certa de que era um anel de noivado e meu coração estava acelerado até agora ao imaginar que poderia realmente ser um pedido de casamento. Eu sempre sonhei com esse momento.Estava sentada no restaurante onde combinamos de nos encontrar, observando os casais que passavam, os risos, os abraços e beijos trocados. Mas o tempo foi passando, e Luciano não chegava. Peguei o celular e liguei para ele, que atendeu na terceira tentativa, mas parecia confuso.— Larissa? O que foi?— O que foi? Luciano, a gente combinou de se encontrar, você esqueceu?— Ah... Eu... Amor, eu preciso resolver umas coisas. Não posso falar agora. A gente se fala depois, tá?A chamada foi encerrada antes que eu pudesse responder. Meu coração apertou. O que ele estava resolvendo? Duas