Ele foi quem quebrou o silêncio primeiro.
— Como o Gabriel tá? Nem consegui passar lá hoje...
Olhei pra ele, percebendo que a preocupação era genuína.
— Tá bem. Foram uns amiguinhos brincar com ele hoje à tarde. Se continuar tudo certinho, ele volta pra escola em duas semanas.
O sorriso que surgiu nos lábios dele foi tão verdadeiro que me pegou de surpresa.
— Que notícia boa... — ele disse, com um brilho nos olhos que eu não via há muito tempo. E então, mais baixo, quase como se falasse só pra ele mesmo — Não vejo a hora de ouvir ele me chamando de pai...
Engoli em seco. Aquilo me atingiu de um jeito que eu não esperava.
— Isso vai acontecer com o tempo, Alessandro. Você só precisa estar lá. Ser constante, Gabriel vai entender... e vai sentir.
Ele assentiu, respirando fundo. O sinal ficou vermelho e ele virou o rosto pra mim, os olhos encontrando os meus com uma intensidade que me fez desviar.
— Obrigado por aceitar vir. Eu sei que não é fácil... mas significa muito pra mim.
— Vamos v