ROSA
— Ótima pedida! Então, você gosta de aventuras?
— Eu acho que sim. É uma forma de eu poder ser “livre”, sabe? É como se eu mesma estivesse viajando por ali.
— Mmm, eu gosto desse livro, mas prefiro romances trágicos — ela falou e a expressão no rosto dela mudou para uma de sofrimento. — Eu sempre choro quando Otelo asfixia Desdêmona.
— Eu… Eu não conheço… — Falei, me sentindo insegura. Como ela podia gostar do homem asfixiando uma mulher?
Ela rapidamente me olhou e segurou a minha mão.
— Quer conhecer? Vem, vem!
Ela me puxou para uma parte da biblioteca e me mostrou vários livros com jeito de antigos. Ela procurou por algo e assim que encontrou o que queria, ela o tirou da prateleira e o mostrou para mim.
“Otelo, o Mouro de Veneza”, de William Shakespeare.
— É maravilhoso! Claro, se você gostar de peças — Ela limpou a garganta — “Acautelai-vos, Senhor, do ciúme. É um monstro de olhos verdes, que zomba do alimento de que vive. Vive feliz o esposo que, enganado, mas ciente do