Cap.02-O casamento vai acontecer?

— Como poderia brincar com algo tão sério, Tariq?

Bufou prestes a ter um colapso de nervoso.

— Você disse que não fizemos nada de mais, mentiu para mim, Tariq? Eu confiei em você!

Flora despejou toda sua revolta. Ela realmente estava um caco, o atual comportamento do homem que ela estava apaixonada feria seu coração lentamente.

Em contrapartida, a maneira como Flora se impôs, estava deixando Tariq irritado.

Ninguém ali, em sã consciência, ousaria a insultar o sheik dessa forma. No entanto, Flora não tinha medo de sofrer nenhuma consequência, pois ela era prometida de um dos homens mais poderoso da Arábia Saudita, no caso, Tariq.

— Não se lembra de nada mesmo?

Tariq lançou um olhar tenaz em direção a jovem. Seu silêncio dizia mais que as palavras que Flora não ouvira esta noite. Ele desviou seu olhar para longe, enquanto matutava algo em sua mente.

— Nunca enganei você, Flora...

Aproximou-se dela, fez uma pausa longa enquanto pensava o que falar para a namorada.

Flora o encarou, buscando uma resposta plausível para aquele comportamento inesperado de Tariq.

— Fizemos tudo com seu consentimento, então não venha jogar a culpa em mim. Você praticamente se jogou em cima de mim, nua!

As últimas palavras de Tariq foram o suficiente para deixar Flora ainda mais frustrada. Ela cerrou os dentes furiosamente, prestes a perder o controle e dar umas boas bofetadas em seu namorado.

— Aquela bebida que você me deu continha álcool, certo?

Ela lembrou do dia do seu sumiço. E por ter passado uma noite fora de casa, Hana e Nádia a tinha na palma de suas mãos. Seus dias na Arábia saudita estavam contados, pois aquelas duas farão de tudo para atormentá-la.

— Diga a verdade, senhor Al-Haroon?

Ela o desafiou.

— Flora, me diz o que quer?

Mudou a direção da conversa no intuito de ocultar os fatos.

— Agora seria uma boa hora para cumprir sua promessa, não é mesmo?

Flora havia definitivamente deixado o sheik sem argumento.

De fato, Tariq vinha prometendo se casar com ela. No entanto, ele sempre tinha uma desculpa para adiar o noivado. Eles já estavam namorando há um ano e sempre que Flora tocava no assunto, Tariq colocava outras prioridades em primeiro lugar.

— Não podemos mais continuar com isso. Você sabe que estamos quebrando as regras. Embora eu seja do ocidente, sei como funciona as tradições e estou ciente que sua família o repudiaria se descobrissem que...

— Allah! Cale-se!

O grito ensurdecedor a fez encolher os ombros, assustada.

O homem ficou chocado com atitude da jovem à sua frente. Flora não era tão ingênua quanto ele esperava ser e, diante de tudo, pela primeira vez, se viu num beco sem saída.

A impotência era uma sensação que Tariq desconhecia até, agora, ele se sentia péssimo por não poder fugir da responsabilidade de assumir sua esposa e o filho.

— Tudo bem, se é isso que quer!

Soltou um suspiro pesado, Flora, por outro lado, sentiu como se um grande fardo saísse de suas costas. Ela inspirou e expirou o ar levemente. Tariq segurou seu queixo e a olhou nos olhos com a expressão neutra.

— Não se preocupe, me dê uns dias, irei anunciar o noivado.

Flora sorriu alegre, pois ela o julgou mal em pensamentos. A notícia apenas firmou o sentimento que ambos sentiam um pelo outro. Flora estava vivendo um conto de fadas, finalmente ela ia se casar com um homem o qual ela havia escolhido amar, bem diferente de outras jovens de Riade.

Flora estava voltando para o saguão quando sentiu uma vaga tontura, ela observou a sua volta, inspecionou o ambiente a procura de um lugar para se sentar, com receio de ter outro desmaio e cair ali mesmo.

Minutos mais tarde, Flora se recuperou, mas quando estava voltando percebeu uma atividade suspeita. Havia alguns homens mascarados entrando de penetras pelos fundos, estes não pareciam ser nenhum empresário e o pior de tudo é que todos eles estavam armados.

Flora tratou de se esconder antes de ser vista. Um homem alto, visivelmente forte, vinha em direção aos banheiros.

No momento em que o homem se aproximou dela, Flora o arrastou pelo braço. Ela sentiu que algo de ruim ia acontecer, pois aqueles homens certamente vieram com um intuito e, este não parecia nada bom.

Um disparo ecoou pelo ambiente, seguido por gritos de pânico. Ambos entraram em uma abertura mínima de uma construção inacabada, na tentativa de se esconderem. Flora estava ofegante e muito nervosa.

— Quem é você e o que faz aqui sozinha?

O homem tinha uma voz profunda e magnética, seu perfume era forte e inebriante para as narinas de Flora.

— Shii, faz silencio.

Colou a palma da mão na boca do homem, tentando fazer o mínimo de barulho possível, pois ela temia por sua vida. Justo agora que ia se casar e estava gravida. A última coisa que Flora queria, era morrer antes de ser feliz.

Flora ergueu a cabeça e encarou os olhos do desconhecido. Ele usava um ghuta preta, no entanto, parte do tecido cobria seu rosto, deixando somente os olhos, as sobrancelhas escuras e expressivas expostos.

— Quem é você?

Ele insistiu, Flora não tinha escolha a não ser dizer seu nome antes que aquele homem atraísse a atenção dos criminosos. Quando abriu a boca para responder à pergunta, o lenço caiu de sua cabeça e o rosto dela foi exposto.

Flora não percebeu que estava a cinco centímetros de distância daquele desconhecido que ela acabou de salvá-lo.

— Sou Flora, filha de Shene...

Não sabia por qual motivo suas bochechas aqueciam à medida que os minutos passavam e aquele desconhecido a analisava misteriosamente. Flora ficou vagamente perdida nos resplendores negros de seus olhos sombrios.

O olhar daquele homem era parecia com o de seu namorado, porém, havia algo diferente. O desconhecido exalava luxúria e era carregado de mistério. Mais alguns disparos foram ouvidos, passos se aproximavam de onde estavam. Os dois pareciam sardinhas enlatadas naquele espaço minúsculo. Flora comprimiu o ar quando viu alguns seguranças em conflito com os criminosos.

Aquele evento não era comum na cidade de Riade, o atentado os deixou espantados. O respeito um com os outros era algo que todos aplicavam diariamente.

— Vamos, eu sei de uma saída!

Novamente, Flora conduziu o homem para um local de segurança. Eles foram caminharam com dificuldade até alçarem uma clareira no final do corredor. A jovem conhecia aquele lugar como a palma de sua mão. Pois, a construção pertence a seu pai e ela participou de tudo. Flora era ótima com arquitetura, entre outras funções.

— Você sabe o que está acontecendo?

Flora perguntou, finalmente pôde respirar, ambos estavam ofegantes devido ao medo e o cansaço. Eles chegaram próximo ao deserto, mais precisamente no estacionamento.

— Senhor, Khalid!

Uma tropa de seguranças surgiu no estacionamento. Flora olhou para o homem em choque. Este nome era muito conhecido em toda Arábia saudita.

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