Amélia Moreira
Horas se passaram, e nada de Inácio voltar. Daqui a pouco já seria a hora do jantar, e ele ainda não havia chegado. Decidi preparar algo para a gente comer, ocupando a mente na cozinha espaçosa da fazenda.
— Ah, desculpe, patroa, não sabia que a senhora ainda estava aqui — Gus comentou, a voz um pouco sem graça, assim que me viu na cozinha. Ele parecia ter acabado de chegar do trabalho, a camisa levemente suja de terra.
— Tudo bem, Gus. Eu decidi ficar mais um pouco. Esse lugar realmente é encantador — falei, amigável, sentindo a brisa fresca que vinha da janela aberta.
— Sim, é! Então eu vou indo, não quero incomodar a senhora — ele falou, nitidamente sem graça pelo que havia acontecido mais cedo, quando Inácio o expulsou da cozinha.
Percebi que ele estava receoso.
— Não vai, não! Já jantou? — perguntei, apontando para a panela no fogão.
— Não, senhora! — ele disse, os olhos fixos na comida.
— Ótimo, então fica e jante comigo — disse, com um sorriso acolhedor.
— Isso