Grace
Dor, um clarão abrasador que rasgou a névoa da fúria primitiva, me trouxe de volta à realidade. Minhas mandíbulas se fecharam em... Metal? Pedra? Algo tão duro que juro que meus dentes lascaram. O cheiro metálico e brilhante de sangue e algo mais encheu minha boca enquanto eu recuava, um gemido escapando da minha garganta. Minha cabeça doía. Meus dentes pareciam que iam cair.
Charles. Meu Charles. Eu o vi então, agachado diante de mim, seus olhos cheios de preocupação e tensão que eu não conseguia identificar. Terror, cru e primitivo, me inundou. Onde eu estava? Como cheguei aqui? Há quanto tempo...
Eu tentei falar, mas não consegui.
O que estava acontecendo comigo? O pânico agarrou minha garganta, apertando meus pulmões. Errado. Algo estava errado. Eu não conseguia dizer exatamente o que era. Algo no ar. Quando começou a chover? Por que eu estava lá fora? O que eu estava fazendo antes? Eu não tinha acabado de estar no escritório com Charles mais cedo? Nós éramos...
Um chamado.
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