O silêncio do quarto era preenchido apenas pelo som de suas respirações aceleradas, um compasso que se sincronizava à medida que se exploravam com delicadeza febril.
Artur sentiu o peito vibrar quando os lábios de Lara tocaram a curva de seu pescoço, deixando um trilho quente que descia até o ombro.
As janelas semiabertas deixavam entrar a brisa, que roçava a pele dos dois e trazia o aroma de jasmim do jardim.
A penumbra era recortada pela luz do abajur, criando sombras que dançavam sobre corpos entrelaçados, como se o ambiente conspirasse para proteger o instante da passagem do tempo.
Na lareira, a lenha crepitava, lançando clarões cor de âmbar pela sala.
O estalar lembrava um coração antigo em compasso com o deles.
Na mesa, uma taça de vinho esquecida refletia luz rubra, o líquido balançando sempre que um suspiro fazia vibrar o ar.
Uma música suave, quase imperceptível, saía do rádio antigo um saxofone que serpenteava pelas paredes e tornava a noite mais cúmplice.
O relógio