100. À beira do desespero
Alice
Seguro o cartão na mão e, ao ver o nome do Dr. Luís Filipe Belmonte, não consigo evitar que minha mente relembre sua reação ao saber de quem sou filha. Confesso que até hoje não compreendo a razão pela qual ele se assustou tanto quando confirmei o nome da minha mãe. Será que ele a conhece? Ele até diz que foram amigos no tempo de escola, mas não acredito. É óbvio que não é verdade. Com certeza, ele deve estar me confundindo com outra pessoa. Até porque, como um homem aparentemente rico conheceria uma mulher humilde como minha mãe? Isso é uma insanidade. Estou tão exausta psicologicamente que chego ao ponto de ter alucinações. E, neste momento, preciso estar mais lúcida do que nunca; só assim conseguirei ajudar o homem que amo.
Observo os números de contato, e uma dúvida surge: como vou ligar para o médico se não tenho um telefone disponível?
Droga!
Ao esbravejar, minha mente queima, e só então me recordo do que aconteceu antes de despertar neste lugar.
Eu tinha em minha