— Não se preocupe, meu amor. Mamãe vai encontrar uma maneira de fazer você se sentir melhor -
sussurrou Marlén docemente enquanto beijava a cabecinha quente do filho, mas um pensamentointerminável a oprimia e ela tentava ignorá-lo. "Você deve levá-lo para a floresta, a natureza o curará".Isso se repetia inúmeras vezes em sua mente, mas ela achava que era apenas o produto de seudesespero. Caminhando pela estrada em direção à sua casa, ela começou a sentir cansaço, quando derepente, um homem surgiu do nada, acompanhado por mais dois.— Por que você está com tanta pressa, querida? Tentando manter a cortesia, Marlén respondeu comum simples "Boa tarde" e tentou continuar seu caminho. Mas os homens a cercaram, cortando-lhe ocaminho. O pânico começou a dominá-la. Ela procurou alguém que pudesse ajudá-la, mas não havianinguém à vista. Um dos homens se aproximou dela com uma expressão lasciva em seu rosto.— Posso garantir que a noite será muito boa para você. Aterrorizada, ela apertou Mateo contra opeito.— Por favor, me deixem ir. Meu filho está doente - suplicou com voz trêmula. Um dos homens seaproximou para olhar para a criança que ela protegia com seu cobertor e, ao descobrir o rosto do bebê,ficou impressionado, já que Mateo, com sua pele pálida e perfeita, seus traços delicados e seu cabelobranco, parecia mais um boneco do que uma criança real.— Uau, olhem, o bebê parece um boneco de porcelana. Se não fosse pelo fato de que ele respira,diria que essa mulher está louca. Quando Mateo abriu os olhos, ele quase ficou sem fôlego, ao verquão brilhantes e surreais eram.— Por este menino nos darão mais de dois mil dólares no mercado negro - afirmou a seus colegas,sem desviar o olhar do menino. Marlén recuou horrorizada.— Isso é ilegal! Mas os homens pareciam não se importar. Pelo contrário, um deles avançou sobreela para arrancar Mateo e, no processo, arrancou uma de suas luvas. No meio da luta, ela conseguiuagarrar a mão do homem. De repente, houve um lampejo de luz verde que emanava da palma de suamão descoberta. O homem que ela estava segurando começou a enfraquecer. Sua tez mudou desaudável para pálida e suas rugas se aprofundaram. Seu cabelo escuro ficou grisalho. Em questão desegundos, ele passou de homem maduro para um idoso de 70 anos. Os outros dois, sobrecarregadospelo que estavam testemunhando, recuaram com rostos de terror. Marlén o libertou e ficou paralisada.Ela nunca tinha levado seu poder a tal extremo, nunca tinha consumido a vitalidade de alguém a pontodesse. O homem, agora um idoso, olhava suas mãos enrugadas com incredulidade, horror e espanto.— Quem diabos é você? - perguntou um deles, petrificado de medo.— O que você fez comigo? - exclamou o envelhecido, caindo no chão, tossindo e ofegando. - Comcerteza você tem um pacto com o diabo!— Você é... você é um monstro. Ela saiu correndo, atônita, assustada e incrédula.— Por que me sinto tão perdida? Jurei a Enzo que nunca ia machucar ninguém com meu poder eagora acabei de quebrar essa promessa - murmurou continuando a correr enquanto chorava sem parar......... Duas horas depois: Angustiada e exausta, Marlén tentou acalmar seu bebê, que não parava dechorar. Ela tinha tentado de tudo: o banhou, o alimentou, até lhe deu seus remédios, mas nada pareciafuncionar. Ele chorava e se contorcia em seus braços, o que apenas aumentava sua preocupação. "Oque está acontecendo com meu filho?", ela se perguntou com lágrimas nos olhos, enquanto acariciavasuavemente a cabeça dele. "Você deve levá-lo para a floresta. A natureza o curará" - isso voltou aressoar em sua mente como uma resposta persistente. No entanto, desta vez, ela percebeu que não eraapenas um pensamento simples, era como se seu subconsciente tivesse voz própria.—"O que está acontecendo comigo? O que estou sentindo? Por que estou sentindo isso? Não possodeixar o desespero me dominar. Sou médica. Vamos, Marlén, entre em razão. Você é uma mulherestudada para confiar na voz de sua angústia" — ela falava consigo mesma, ao mesmo tempo em quedava pequenos t***s nas bochechas para manter-se lúcida.No entanto, alguns minutos depois, rendida, decidiu seguir suas ideias."Talvez eu deva deixar de lado o raciocínio e a lógica que tanto me decepcionaram", pensou olhando
para suas próprias mãos, pois ela possuía algo que desconhecia.Enquanto ela se preparava, sua mãe, Julia, a observava com grande preocupação.—Filha, você vai sair. Esses bandidos poderiam estar por perto — advertiu, angustiada.Marlén assentiu com tristeza e medo, mas seu desespero por ajudar Mateo era mais forte; seu instintomaterno dizia que deveria levá-lo para aquele lugar.—Estou com medo, mas tenho ainda mais medo de que algo aconteça com meu filho — respondeucom os olhos cheios de lágrimas.Sem esperar por mais respostas, saiu da pequena casa segurando a bolsa de bebê e uma manta paracobrir Mateo. Seus joelhos tremiam a cada passo, e cada sombra ou barulho a faziam temer que oshomens voltassem para machucá-los ou, pior ainda, para roubar seu filho. Sem saber como ou porquê, seguiu em direção a um lugar cercado por árvores e plantas altas.—"Isso é uma loucura" — murmurou, olhando ao redor nervosamente. No entanto, uma intuiçãopersistente a instigava a deixar o bebê no chão. Com mãos trêmulas, tirou as luvas e os sapatos,respirou fundo e olhou para Mateo, que parou de chorar ao se deitar no chão.— Agora é a sua vez, meu floquinho de neve. Espero que isso não te machuque — disse ao bebê comvoz suave.— Definitivamente, isso é uma loucura. Se alguém me vê, vão me chamar de louca em vez de mechamar de bruxa, como faz Silvana — disse a si mesma com um sorriso irônico enquanto despiuMateo....Enquanto isso, na alcateia Garra de Prata.De pé, em um claro bosque, banhado pelos últimos raios do sol poente, estava o poderoso Alfa dosalfas, Elijah Wood, com sua presença imponente, e com seu corpo musculoso e bem tonificadobrilhando pelo suor que o percorria.— Onde diabos está Lucius? Será que ele tem medo que eu lhe dê um chute no traseiro?! —fanfarronou, olhando para todos os guerreiros que observavam como ele saía vitorioso de cadaconfronto.Pouco depois, seu beta emergiu de entre as árvores, fazendo com que o alfa parasse seus passos, jáque ao ver que ele não chegava, pensou em voltar para seu suntuoso palácio.À medida que se aproximava, o olhar de Lucius refletia uma mistura de respeito e desafio.— Eu nunca perderia um treinamento com meu alfa. Um dia sairei vitorioso — retrucou com umsorriso nos lábios, e Elijah inclinou a cabeça enquanto tirava a túnica que havia recentementecolocado. O beta, seguindo seu exemplo, tirou sua camiseta, revelando uma figura ágil e poderosa.— Duvido disso!Ambos se colocaram frente a frente, separados por alguns metros. Com um gesto de cabeça, o alfa deusinal para que o combate começasse.