327. OBRIGADO POR MINHA INFÂNCIA
NARRADORA
Patas velozes corriam pela floresta nevada.
Na grossa camada de neve, ficavam as pegadas de almofadas felinas, enquanto uma enorme leoa, jovem e ágil, avançava em direção à meta.
Na boca, carregava uma presa recém-caçada.
De repente, parou numa clareira, alerta ao perigo.
Debaixo dos galhos cobertos de neve dos pinheiros, um lobo branco gigantesco a emboscava. Seu pelo lindo se confundia com a brancura da paisagem e só seus olhos rubis o denunciavam.
Os dois se encararam, se avaliavam, dando voltas em círculo, rosnando ameaças baixas.
De um momento para o outro, a leoa tentou escapar por um espaço entre os arbustos, mas o enorme lobo saltou sobre ela.
Ela desviava como podia, mas os caninos ferozes iam atrás da presa, querendo arrancar sua comida preciosa.
A leoa dourada era ágil, conseguiu despistá-lo várias vezes e, num descuido, escapou por entre as árvores da floresta.
Ela sabia muito bem que o lobo não a levava a sério.
Aumentou a velocidade, correndo ofegante, todos os