325. O DUENDE DO BOSQUE E A PULSEIRA DE OBSIDAR
RAVEN
Ela nunca liga muito para os presentes, nem para os bolos. Nada a anima tanto quanto vir aqui.
É um canto afastado da floresta que rodeia o castelo.
Vejo como se aventura entre as árvores com curiosidade. Seu cabelo castanho-avermelhado solto, esvoaçando ao vento, uma tiarinha na cabeça e seu vestido rosa claro.
Procura entre os arbustos, se agacha, ergue o nariz… e a observo cheirar o ar.
Sigo-a de perto, meio escondida, e então a vejo chegar à clareira de sempre. Corre e revira tudo ao redor, até encontrar a caixinha no chão.
O presente deixado para ela — como todos os anos.
Ela o pega com um sorriso no rosto, mas nem sequer o abre, apenas olha ao redor, ansiosa.
Eu não sinto, nem cheiro nada… deve estar usando algum truque, mas Amber o percebe. Ela sempre o percebe.
— Oi, por que você nunca aparece, Duende? Tá com medo? Eu não vou te machucar — diz com sua vozinha infantil.
Já me perguntou várias vezes, e sempre repito a mesma mentirinha tola: que é um duende da floresta, que