Dinorá
Ao chegarmos lá, Luna é recebida como se fosse realeza. Não consigo evitar o orgulho que sinto. Na sala da presidência, deixo que ela olhe ao redor enquanto Marcelo e eu trocamos olhares cúmplices.
— Luna, tudo o que está aqui é seu — digo, rompendo o silêncio. — Seu pai deixou um patrimônio enorme. Não quero que você se sinta pressionada, mas precisa saber que tem direito a isso. Se quiser, pode começar a administrar tudo agora mesmo.
Ela me olha com surpresa e, em seguida, balança a cabeça com firmeza.
— Dinorá, eu não tenho o menor interesse nisso. Tudo o que eu preciso, meu pai, o Javier, já me dá. Não é por isso que estou aqui.
Fico em silêncio por um momento, processando as palavras dela.
— Não é que eu esteja desprezando, muito pelo contrário. — ela continua.
— Mas minha vida é no Uruguai, na fazenda. É ali que eu me sinto em casa. Não quero administrar empresas. Pelo menos, não agora. Talvez um dia, no futuro, mas...
Ela para, como se estivesse buscando as pala