CAPÍTULO 115 O GRITO DA SERPENTE

Luna

O Grito da Serpente.

A porta do porão range ao se abrir novamente. O som ecoa pelas paredes frias, carregado de uma presença ainda mais sinistra. Guadalupe, a Serpente, entra com sua calma perturbadora. Seus olhos brilham na penumbra, analisando a cena como se tudo fosse um teatro ensaiado. Ela não tem pressa, não tem hesitação.

Ela se aproxima de La Reina, sua silhueta se movendo como uma sombra viva. O sorriso de Guadalupe é afiado, quase gentil, mas sua presença carrega algo que vai além da ameaça. É uma promessa de dor.

— Você sabe o que acontece quando se pisa no ninho errado? — A voz dela é suave, mas cortante. Ela se ajoelha ao lado do corpo trêmulo de La Reina, seus dedos deslizando pelo braço inchado da mulher como se analisasse um objeto frágil.

La Reina solta um gemido baixo, lutando para manter os olhos abertos. A dor do veneno já é insuportável, mas agora ela encara algo ainda pior: a presença de alguém que não sente nada além de fascínio pelo sofrimento alheio.

— G
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