Rodrigo Parlato
3 anos antes
— Calma meu neto, falta pouco logo ela será toda sua, para sempre! — A voz calma e e acolhedora do meu avó soou em meus ouvidos como um sussurro. Sentindo a sua mão firme apertar o meu ombro esquerdo, o que me fez olha-lo, sorri para o homem de cabelos grisalhos, olhos tão azuis como os meus, feito um mar sereno me olhando nos olhos, deixando-me mais seguro.
Os meus batimentos aumentam a cada passo, sinto batidas múltiplas em mim, o suor percorrendo a minha testa, deslizando por meu rosto até descer o pescoço, sentindo-me nervoso, tenso, fecho as mãos buscando me controlar, o sangue pulsando acelerado em minhas veias, em disparada a marcha nupcial inicia, o que me faz outra vez olhar para a entrada, vendo ela, a mulher que eu amo, ela está linda, marvilhosa a caminho, vindo para mim.
A sua beleza como sempre me deixando sem palavras, abro um sorriso satisfeito, deslumbrado com a mulher que acompanho no entrar, tão bela, minhas pernas tremem, sinto-me encantando, nervoso, além de mim, desejando tê-la logo de uma vez, minha esposa, minha mulher, abaixo os olhos num gesto rápido de não querer perder um segundo se quer, vejo e não apenas sinto as minhas pernas a tremer, logo ergo a cabeça para olhá-la, a sua entrada ficará registrada para sempre em minha memória, como privilégio de ser o homem mais sortudo do mundo.
Sorrio ao contemplar a realização do meu sonho, vovô como sempre muito sábio, não é à toa que ele é quem é, e chegou onde está. Num impeto de pura emoção, lágrimas vêm aos meus olhos, num relace de limpar olho para o homem a entrar na capela, acompanhando-a, trajando o fraque preto, gravata borboleta, de braços dados para a minha amada vestida de branco, cabelo num coque alto, a sua mão um buquê de flores branco de copo de leite. A farei a mulher mais feliz do mundo!
Constato exatasiado, a sua espera, ao observá-la em cada detalhe, a cada passo, enquanto vem para mim, Érica me olha seriamente, encara-me por longos instantes, onde trocamos olhares rápidos e duradouros, de confidencialidade, fidelidade, companheirismo e o mais importante dos sentimentos, amor, o mais verdadeiro e puro amor, sorrio largamente olhando para a minha doce amada, esperando o sorriso largo, branco e apaixonado da minha futura esposa que ao estar tão séria presumo que esteja tão nervosa, quanto eu, o que me faz sorri mais, em busca de lhe passar segurança, confiança.
Mas ainda assim, sinto insegurança nos seus olhos verdes, a observo prendendo-me aos seus olhos outra vez, a espera que também sorria para mim, embora digam para as mulheres este dia é diferente, seria o mais feliz? O mais tenso também!
Até que a espera de um sorriso, a vejo balançear a cabeça uma, duas, o que tento entender, o que é não? Não gostou da decoração do jardim? Da minha roupa? Preso a seus olhos, até que a movimentação brusca a faz parar. — Não! Não! — Diz baixo movendo a cabeça, parando os intermináveis passos, ainda busco entender.
Quando Fernando a segura firme pelo braço, abruptamente, Érica nega outra vez, desta desfazendo-se da mão que a segura, o braço que a envolve. — Oh! — A multidão presente que até então estava ausente para mim, diz. Fernando fala algo baixo enquanto a segura mais firme.
Todos tomam a frente, enquanto desço do altar indo a caminho. Acompanhando a distancia noto que falam entre si. — Não seja tola, minha filha! — a voz dele sai mais alto, num quase grito intempestivo, quando ela nega já estando solta para as amigas a sua frente, todas trajando o mesmo tom de rosa nude, como ela mesmo pediu. — Não! Não tenho certeza! — Ouço-a dizer chorando, insegura! Enquanto me aproximo.
Fernando a puxa entre as mulheres, pelo braço. — Perdoe-me papai, não quero fazer parte desta sujeira! — Chego a multidão, vendo Érica dizendo antes de partir. — Érica? Érica? — Chamo a minha noiva correndo atrás dela, que corre mesmo de salto sem parar, mas a multidão me atrapalha, quando a perco de vista.
Saio a sua procura, pela multidão, até que o rasto de véu me diz onde ela está indo, a persigo tmbém correndo, em direção a saída, e sem dúvida alguma, corro deixando todos para trás, embora pareça impossível. — Érica! Érica o que houve? — Questiono correndo. — Érica! Erica?
A persigo apressadamente sem temer a nada, por ela eu sou capaz de tudo, somos feitos um para o outro, não há dúvidas disso, correndo apressadamente até a saída olhando em volta por fim, até vê-la entrar num táxi branco. — Érica? — A chamo outra vez, vendo o carro branco em movimento, o que está havendo?
— Onde ela está? Cadê ela? Meu filho o que esta acontecendo? — Perguntas são feita,s enquanto as pessoas se aproximam, vem até mim, que nervoso, preocupado já não sei o que fazer, pensar, agir, sim, agir, saio andando em direção aos carros, preciso urgente saber o que houve, chego apressadamente ao estacionamento. — Droga a chave!
Tenho que ir até o motorista é isso? Saio a andar rapidamente pelo lugar. — Gustavo?— Grito a sua procura, vendo Fernando, a senhora Emília, meus pais e avô, juntamente com outras pessoas virem até mim numa discussão entre si. — Gustavo? — Chamo o motorista mais uma vez, desesperado, sei que a Érica jamais me abandonaria, nos amamos, ao menos é o que eu sei, sempre acreditei nisso!
— A Culpa é sua Emília, você que não soube criar a sua filha!— A minha mãe diz alterada, usando um vestido verde água, cheia de joias prateadas com pedras de esmeraldas a se destacar.
— Sabia que você ia falar isso, Leidy, fala isso porque não é você que só tem 20 anos, está indecisa, insegura com tudo isso. — Ouço a mãe dela afirmar gritando para a minha mãe que solta um bufo entre os lábios chateada, enquanto me afasto, os dois homens preocupados, meu pai e Fernando a andar de um lado a outro preocupado, Gustavo caminha em nossa direção como quem limpa os dentes após uma refeição.
— Calem a boca vocês duas, quero essa garota de volta em instantes!— Meu avô como sempre a controlar a situação diz, sem alterar a voz, ando em direção a Gustavo apressado estendendo a minha mão para alcançar as chaves que ainda não vejo. — Onde esteve? Deveria ficar aqui e fazer bem o seu trabalho!— O repreendo, vendo o homem de terno escuro ainda a mastigar, como sempre, funcionário sempre morrendo de fome, não podem ver uma oportunidade para comer.
— Mas senhor, o que houve? O senhor Parlato disse para...— Nem mesmo o deixo explicar, como sempre uma desculpa na ponta da língua.
Estendo a mão pedindo a chave. — Me dê a chave do carro, agora! — Grito cobrindo a sua voz cheia de, mas e desculpas inúteis, vendo-o revirar o bolso a pegar rapidamente.
— Não, não dê, você não vai atrás de ninguém, meu neto! — Meu meu avô diz seriamente, fazendo-me virar e olhá-lo, chateado.
Vendo o erguer o rosto e me olhar deixando escapar uma respiração tão intensa. — Vô a Érica...— Tento explicar, porém ele não me deixa se quer falar, a confusão entre os nossos pais mais distante é o de menos, apesar de nunca terem visto se desentenderem desta maneira, ambas as famílias Antares e Parlato são carne e unha, não é à toa que somos sócios há anos.
— Dane-se esta garota idiota, Rodrigo, você é um Parlato não foi feito para correr atrás de ninguém, eles devem se humilhar por sua atenção. — Diz passando a minha frente, enquanto diz, o sigo logo trás.