Capítulo 3
Sr. AguiarAlexandre quebra tudo o que vê pela frente, pois sua princesinha está sumida há uma semana. Ele está em pânico, completamente desesperado, não sabe mais o que fazer.Irado, cheio de ódio e rancor, grita para liberar a tensão que está cravada em seu coração. Sua filha é tudo em sua vida.Senta-se no chão, com as mãos na cabeça, e chora como não conseguiu chorar no enterro de sua amada esposa.Morgana nasceu quando Alexandre tinha 18 anos. Foi um descuido que teve com a namorada, ele não pretendia ser pai tão cedo, mas se assim Deus quis, quem era ele para dizer alguma coisa.Então, assim que sua princesinha nasceu, Alexandre pediu a namorada em casamento. Seu pai, um homem muito sério, mas justo, encantou-se pela netinha recém-nascida e ajudou o filho com todos os preparativos do casamento, e os deixou morar na Mansão Aguiar, onde Alexandre vive até hoje.Dez anos felizes se passaram, até a esposa descobrir um câncer terminal, que a levou em quatro meses.Alexandre sofreu o pão que o diabo amassou nesse período, gastou rios de dinheiro, mas amenizou ao máximo o sofrimento da esposa.Amou Juliana como nunca mais amou outra mulher na vida. Hoje, é chamado de “O viúvo Aguiar”.Muitas tentam seduzi-lo. Alexandre ainda é muito bonito aos seus 43 anos de idade. Mas o máximo que elas conseguem é levá-lo para a cama, e não para o altar, como a maioria pretende.Morgana, única filha de um amor tão lindo, agora está desaparecida. O coração de Alexandre sangra desde então.Com os olhos marejados e os pensamentos desconexos, ele se levanta e anda até a cozinha.Cabisbaixo, entra no cômodo, deixando os empregados boquiabertos. Um olha para o outro, sem entender o porquê de o patrão estar na cozinha.Calados, observam seu olhar triste e as olheiras profundas.Levantando a cabeça, Alexandre pergunta, com um olhar vago, para a cozinheira:— Onde ficam os copos?— Aqui, senhor. — Mostra a cozinheira ao abrir a porta da cristaleira e pegar um copo para o patrão.Alexandre pega o copo sem agradecer. Novamente cabisbaixo, volta para o escritório e se tranca. Anda sobre os cacos de todos os copos que já quebrou.Serve-se de uísque. Só para de colocar a bebida no copo quando transborda. Entorna quase de uma vez e atira o copo no chão.Cansado de beber e completamente embriagado, volta a chorar por sua princesinha. A última vez que ficou assim, foi quando sua amada esposa faleceu. Mas chorou pouco, quase nada em comparação ao choro pelo desaparecimento de sua pequena.Desta vez, porém, a situação para Alexandre é mais desesperadora, pois só Deus sabe o que pode acontecer à sua filhinha amada, e ele teme por isso.Sobe as escadarias, seu corpo está instável, então, no topo, tropeça nas próprias pernas e cai de joelhos. Encolhe-se no chão e volta a chorar.— Ah, minha filhinha...Um de seus seguranças sobe as escadarias após escutar o patrão gritando pela filha.— Senhor, deixe-me ajudá-lo — fala, oferecendo a mão.Nervoso, Alexandre o afasta.— Me larga! Vá procurar a minha filha! Eu não quero ver a sua cara até que a encontre! — grita, histérico.— É por isso que estou aqui, senhor. Eu descobri uma pista. Infelizmente, é a única que temos. Teremos que segui-la.Alexandre segura o braço do segurança e levanta-se bruscamente, pegando-o pelo terno. Com sangue nos olhos, diz, enquanto amassa sua roupa até os nós dos dedos ficarem brancos:— Encontre a minha filha, nem que seja no próprio inferno! Vamos até o meu escritório, quero que me conte o que descobriu.Alexandre empurra o segurança, que b**e as costas na parede. Mas ele entende a posição do patrão; se fosse pai, com certeza também estaria desesperado e desequilibrado.— Venha! — Alexandre exclama em tom elevado, andando o mais ereto que consegue até seu escritório.Ao entrar, aponta para uma cadeira, pedindo para que o segurança se sente. Ele também toma o seu lugar e aguarda, sem paciência, até que o homem comece a falar.Tamborila os dedos sobre a mesa enquanto escuta atentamente o que seu segurança chefe tem a dizer.Ao terminar de contar tudo o que aconteceu e sua descoberta, o segurança observa o patrão, que está cabisbaixo. Por um breve momento, com a mão no queixo, ele parece pensativo, coisa que, por sinal, é bem angustiante.— Senhor...? — chama.Alexandre se levanta, cambaleia um pouco e segura-se na ponta da mesa para não cair, dizendo:— Tudo indica que a levaram para a Arábia Saudita, certo? Então, é para lá que vamos! Arrume tudo, viajaremos ainda esta noite.— Sim, senhor.O segurança deixa o escritório. Mesmo completamente embriagado, Alexandre consegue raciocinar, e fica feliz por ter alguma esperança. Ele só espera que não seja falsa ou tarde demais.— Finalmente vou te encontrar, minha princesinha.Vai até seu quarto, quer acabar com a bebedeira, precisa estar o mais sóbrio possível, então tira suas roupas e toma um bom banho frio.— Ah, que gelo! — diz, sentindo vários arrepios e batendo a mão na parede.***Enquanto isso, no apartamento do Sheik, ele escuta alguém abrir a porta. Levanta-se e segue para a sala.— Nana, que bom que chegou! — diz, abraçando a mulher que foi sua babá desde que nasceu.— Olá, meu filho! Estou sabendo que está com problemas. Onde está a jovem que precisa de mim? — pergunta Nana, seguindo-o até o quarto.— Aqui está ela, Nana. Estou esperando o médico chegar.Nana se aproxima da cama e observa atentamente a jovem mulher.— Ela é linda! Mas está tão maltratada, tadinha. Quem fez isso, meu filho?— Foi um traficante, embora eu não saiba quem foi o mandante. Mas vou descobrir, mais cedo ou mais tarde.— Cuidado, querido, você não sabe que tipo de pessoa é essa jovem. Talvez não seja uma boa pessoa, pode até ser esposa de algum mafioso.Zayn franze a testa, realmente não parou para pensar sobre isso, o tempo todo imaginou que a mulher poderia ser uma adolescente assustada.Pensar que a bela jovem pode ser casada e ter sido sequestrada para mexer com a ira do marido o faz ter um sentimento que o atormenta de imediato.Zayn se interessou pela mulher assim que colocou os olhos nela, mas talvez seja mesmo casada ou amante de algum homem poderoso.O jeito é esperar que ela acorde, para então descobrir quem realmente é...