O parquinho da praça exalava vida, o cheiro de pinho misturando-se à terra molhada pelo orvalho da manhã. O sol do meio-dia filtrava-se pelas copas dos carvalhos, lançando manchas de luz sobre o gramado onde crianças corriam, seus gritos agudos entrelaçando-se ao rangido das correntes dos balanços e ao latido de um cãozinho perseguindo uma bola vermelha. Eu estava sentado em um banco de madeira lascado, o couro da minha jaqueta aquecendo sob o calor, o peso da Blackthorn Enterprise momentaneamente afastado.
Meu lobo, rosnava, inquieto, desde que a verdade sobre Lian explodira em meu peito. A culpa era uma faca cravada, me punindo por não ter estado lá para ele, para Ayla. A ansiedade, misturada a uma curiosidade faminta, mantinha meus sentidos aguçados, os olhos âmbar varrendo a praça, procurando o garoto que era meu sangue.
— Ei, moço do carrinho! — uma voz infantil cortou o ar, e meu coração disparou. Lian corria em minha direção, o cabelo preto bagunçado, os olhos verdes, idêntico