A brisa da manhã acariciava meu rosto enquanto eu observava as cinzas de Henry e Margaret serem levadas pelo vento. Estávamos no jardim da antiga casa onde moramos antes de tudo ruir, antes de Damian, antes da dor. Era estranho estar ali, sentindo aquele lugar tão familiar e, ao mesmo tempo, tão distante. Um momento caloroso do meu passado que eu jamais conseguiria reviver, mas que ainda pulsava em mim como um eco distante. Ao meu lado, Lian segurava minha mão com firmeza, os olhos atentos ao movimento das flores, como se esperasse encontrar alguma resposta nelas.
— Mamãe, você acha que o vovô e a vovó estão com a deusa lua? — ele perguntou, sua voz doce e cheia de inocência me fez engolir em seco.
Ajoelhei-me diante dele, envolvendo seu rostinho com minhas mãos.
— Sim, meu lobinho. Eles estão com ela e estarão sempre com você. Basta olhar para a lua e sentirá a presença deles no seu coração, meu amor.
Lian assentiu com uma expressão serena, como se aceitasse aquela resposta com mais