Capítulo 50: Orgulho maldito

O silêncio naquela casa era insuportável. Não era o tipo de silêncio que acalmava, que proporcionava paz. Era um vácuo sufocante, um buraco negro que se espalhava pelos corredores, pelos cômodos, pelas paredes frias e vazias, que estava sugando minha sanidade pouco a pouco.

Eu odiava aquele silêncio. Odiava porque sabia exatamente o motivo dele.

Ela se foi.

Ayla não estava mais lá, para invadir meu escritório, cruzando seus braços e me desafiando ou me olhando de maneira desafiadora, seu cheiro doce havia desaparecido completamente.

Meus punhos se fecharam ao redor do copo de uísque, a pressão tão forte que a base de vidro estalou. Minha raiva se mesclava a do meu lobo, que rugia dentro de mim, tentando impor sua vontade em ir buscá-la.

“Ela quis isso”, repeti para mim mesmo pela décima vez. “Foi melhor assim.”

Mas a mentira não colava. Nenhuma das merdas que eu dizia para mim mesmo fazia sentido, porque a verdade era cruel, cortante e inevitável:

Eu a desejava, a queria comigo, mas a
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