O ar no escritório improvisado cheirava a café rançoso e papéis antigos, mas era o peso dos olhos sobre mim que fazia minha pele formigar. Sentei-me à cabeceira de uma mesa de carvalho lascado, as mãos cruzadas para esconder o tremor, enquanto encarava três homens de rostos marcados pelo tempo. Antigos aliados do meu pai, eles me observavam como se eu fosse um fantasma ressuscitado. Minha loba se agitava, um ronco baixo vibrava em meu peito, mas mantive o queixo erguido, os olhos firmes.
— Então, Ayla Revely — disse o mais velho, Samuel, sua voz rouca como cascalho. Ele se inclinou, os dedos nodosos tamborilando na mesa. — Você voltou depois de anos, esperando que nos curvássemos só porque carrega o sangue do Rei Alfa?
O calor da raiva subiu pelo meu pescoço, mas respirei fundo, o ar frio queimando minha garganta. — Não espero submissão cega, Samuel. Espero lealdade. Meu pai confiava em vocês. O clã confiava. E eu sabia que muitos ainda esperavam por alguém que lutasse pelo que nos fo