ALEXANDER CARUSO
Dois dias nunca pareceram tão longos. A cada hora, a cada minuto, eu contava o tempo para ouvir boas notícias. Ficava na porta da UTI, andando de um lado para o outro, esperando por qualquer atualização sobre Laura e Júlia. Às vezes, entrava para vê-las. Júlia dormia tranquila na incubadora, e Laura parecia um pouco mais forte a cada visita, mas ainda frágil.
Quando os médicos finalmente me chamaram, senti o coração disparar.
— Senhor Caruso — disse o doutor com um leve sorriso no rosto. — Sua esposa e sua filha responderam bem aos cuidados. Estamos transferindo as duas para o quarto.
As palavras dele pareceram abrir um céu que estava pesado sobre mim. Era isso. Elas estavam bem o suficiente para saírem daquele ambiente sufocante da UTI.
A primeira coisa que fiz foi correr até a sala onde Laura estava. Encontrei-a sentada, ainda um pouco pálida, mas sorrindo, com aquele brilho nos olhos que eu tanto amava. Júlia estava nos braços de uma enfermeira, enrolada em um