Jaqueline
As luzes frias da sala de reuniões iluminavam a mesa comprida, repleta de papéis, pastas e notebooks abertos. Eu me sentei um pouco para trás, enquanto a equipe de projetos conduzia a apresentação. Alexandre tinha em mãos uma pilha de relatórios encadernados que folheava com atenção quase impiedosa.
Enquanto os slides iam passando, eu via como cada detalhe não escapava dele. Anotava algo à margem, erguia o olhar e fazia uma pergunta direta, firme, sem levantar a voz, mas com aquela autoridade que fazia todos endireitar as costas na cadeira.
– Esses números não batem com o que vocês apresentaram no último levantamento. Ele disse, passando a mão pelas páginas com calma, mas com uma precisão que impressionava.
A equipe tentava explicar, um pouco nervosa, e eu observava em silêncio. Havia algo fascinante em como ele conseguia ao mesmo tempo, pressionar e conduzir. Era como se quisesse extrair o melhor de cada um, sem aceitar menos do que excelência. Eu seguia com os olhos cada g