Preocupação...
Jaqueline
Permaneci estática na porta do escritório com os olhos fixos no Alexandre, que estava visivelmente abalado. O silêncio era pesado. Havia um impulso em mim de me aproximar, envolvê-lo num abraço e dizer que ele não estava sozinho. Precisei me conter. O homem diante de mim era reservado e orgulhoso, o tipo que não permitia que ninguém o visse frágil.
Em silêncio, Alexandre caminhou até a mesa, pegou sua pasta, e não me olhou nenhuma vez. Sua voz saiu firme e baixa quando pediu para cancelar sua agenda. Saiu deixando para trás um rastro de silêncio e tensão. Senti angústia e um aperto no peito, uma vontade súbita de chorar. Fiquei parada por alguns segundos sem saber o que fazer, como eu poderia ajudar.
Sentei na cadeira e meu olhar pousou sobre o ipad na mesa. Uma ideia me ocorreu. Desbloqueei a tela e naveguei até os contatos procurando pelo nome do Estevão. Com certeza o melhor amigo do Alexandre saberia com o ajudá-lo. O telefone chamou duas vezes antes de ser atendido.
– O