Matar a saudade...
Alexandre
Encostei-me na varanda, encarei a cidade iluminada lá embaixo e pressionei o dedo contra o nome que brilhava na tela do celular. O toque demorou, mas finalmente ouvi a voz dele, arrastada e carregada de cinismo.
– Alexandre… que surpresa. A que devo o prazer?
Apertei o celular contra o ouvido, a voz saindo firme:
– Vamos para com ironias, Varnier. Quero saber o que você foi fazer na minha empresa, na minha sala, falar com a minha mulher, justamente quando eu não estava.
Ele soltou uma risada seca.
– Eu apenas passei para uma visita informal, já estava por perto. Não vi problema nenhum em cumprimentar uma bela mulher…
Meu sangue ferveu.
– Não se faça de desentendido comigo. Você assediou a minha mulher, Andrei. A Jaqueline é minha! Ninguém mexe com ela, não vou permitir esse tipo de afronta.
Do outro lado, houve um momento de silêncio. Depois a voz do Andrei veio mais baixa, com aquele tom venenoso.
– Ora, ora… acho que você está exagerando, Ridell. Eu apenas elogiei como um