É a minha condição...
Gustavo
Lívia continuava evitando o meu olhar. Mexia no guardanapo, distraída, como se quisesse fingir que aquele jantar era apenas um jantar. Eu apoiei o cotovelo sobre a mesa, inclinei o corpo um pouca pra frente e falei baixo, novamente:
– Eu quero você, Lívia.
– O quê? Perguntou com os olhos arregalados.
– Sei que você ouviu.
– Gustavo, acho que você está um pouco confuso.
– Não estou nem um pouco confuso. Eu sei muito bem o que eu tô sentindo.
Ela abaixou o olhar, mexendo o anel no dedo, nervosa. Eu percebi o rubor em seu rosto.
– Você fala como se… como se isso fosse simples.
– Nunca disse que era simples. Peguei a taça de vinho e tomei um gole. – Mas também não vou fingir que não quero o que quero. E o que eu quero agora é você.
– Você fala essas coisas como se fosse um jogo. Como se eu fosse mais uma das suas distrações.
– E você acha mesmo que eu falaria assim se fosse só mais uma distração?
– Eu acho que você fala o que quiser para conseguir o que quer.
– Pode ser… dei de omb