Capítulo 2

Eu arregalei os olhos.

certamente havia ouvido errado, casamento?

Que loucura era aquela?

Pisquei várias vezes.

— O que está dizendo?

A Sra. Willians se levantou, então trancou a porta da sua sala.

— Bruce Stevenson é um bilionário que entrou em contato com várias famílias procurando uma noiva, minha filha Louise foi escolhida para esse papel, ele é influente em nossa classe, mas não posso deixar que minha filha case com ele, mesmo que seus dias estejam contados, por outro lado vocês são tão parecidas, que poderia facilmente se passar por ela, e eu pagaria bem por isso.

Eu vi nos olhos dela toda a preocupação de uma mãe, e fiquei chocada em como pessoas ricas tentavam resolver seus problemas, "estou sozinho e morrendo? Vou usar minha influencia e conseguir uma noiva digna'

— Eu jamais me casaria com um homem por dinheiro.

Sua expressão rapidamente endureceu.

— Eu pensei que estivesse desesperada por um emprego, considere isso como o emprego dos sonhos, porque você será muito bem paga.

Eu me levantei indignada.

— Eu não aceito. 

Quando caminhei para sair de sua sala, a Sra. Willians segurou em meu braço, com demasiada força.

— Pense bem, eu a pagaria muito bem, pense em todas as coisas em sua vida que poderia resolver facilmente com dinheiro.

Eu me lembrei do vencimento do meu aluguel, dos meus cartões de crédito atrasado, então puxei meu braço das mãos daquela mulher rica.

— Vou trabalhar e resolver meus problemas, tenha uma boa vida.

Com essas palavras eu a deixei em sua mansão.

Aquele emprego como empregada era minha última chance, não sabia mais onde procurar trabalho, havia esgotado todos os endereços na minha agenda, peguei o ônibus lotado de volta ao meu apartamento.

Não conseguia dormir direito a noite desde que fui demitida e assediada, eu pensava nas crianças do São Jones que o meu salário ajudava, como faria agora para me sustentar e ajudar o único lar que conheci?

Todas essas perguntas pairavam na minha mente quando entrei no meu apartamento.

Quando cheguei me sentei no sofá repassando todo o meu dia na minha mente, e como minhas opções de conseguir emprego estavam ficando escassas, quase nulas...

Eu me lembrei da mulher, uma proposta insana.

Mas que esse dinheiro viria a ajudar, isso viria, mas não faria isso.

Vou conseguir um novo emprego, e lutar por isso.

Alguns dias se passaram enquanto eu ia em várias entrevistas em diveros locais. Sem qualquer resultado. 

Entrei no meu apartamento após semanas procurando emprego sem esperanças.

Liguei a TV e o noticiário dizia que viria uma grande tempestade, eu passei o restante da tarde deitada e adormeci no sofá, acordei a noite com o barulho do telefone tocando. Me levantei e atendi:

— Alô?

A voz no outro lado da linha eu conhecia bem, era a Sra. Fisher diretora do orfanato São Jones.

Sua voz estava tensa, e suas palavras fizeram com que eu sentasse.

O refeitório do orfanato e parte das salas de ensino haviam desabado com a tempestade, ninguém estava ferido mas aquilo não podia ter acontecido em pior hora, a Sra. Fisher havia gastado uma grande quantia para reformar outro cômodo para as crianças.

Eu engoli em seco, vendo meu mundo se despedaçar.

Desliguei o telefone, e disquei o número da Sra. Willians.

Quando ela atendeu eu disse.

— Eu aceito o casamento.

Não havia mais alternativas para mim, precisava fazer de tudo para ajudar as crianças do orfanato São Jones. 

Uma semana depois.

Eu olhei para o caminho a minha frente, havia poucos convidados, e agradeci por isso.

O vestido de noiva de Louise Willians servia perfeitamente em mim, ela estava certa sobre nosso tamanho, mas enquanto caminhava em direção ao altar eu quis desmoronar, não foi assim que sonhei subir ao altar, o véu em meu rosto dificultava minha visão, e também agradecia por isso, assim não veria com clareza aqueles rostos me encarando.

A lua subia alta no céu, e o casamento acontecia em um jardim de uma mansão, A Sra. Willians havia me trazido de carro e estava sentada em uma das fileiras, fazendo seu papel de mãe da noiva, sua filha a verdadeira Louise estava curtindo férias na Europa, havia recebido uma boa quantia que já havia enviado aos fundos do orfanato, ainda assim eu me sentia uma impostora sem caráter.

Havia um homem me esperando no altar, um desconhecido.

Cada passo mais perto dele, que estava parado de terno branco no altar, afirmava minha culpa, e assinava minha sentença como uma mulher sem escrúpulos, quando faltava apenas alguns metros até ele eu comecei a sentir que estava tendo uma crise, mas reuni coragem e continuei caminhando.

Lentamente vi a silhueta do homem alto se mover, quando ele se virou eu congelei.

Ele estava segurando uma foto cujo o rosto era de outro homem, completamente oposto ao dele.

Eu esperei, com meu coração batendo como um louco que algo acontecesse, que um meteoro caísse e interrompesse aquilo, mas nada aconteceu.

— Mestre Stevenson está muito doente, eu sou Eliot e estou aqui com a permissão dele para representa-lo na cerimônia.

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