A noiva substituta do bilionário.
A noiva substituta do bilionário.
Por: J.P Andrade
Capítulo 1

— Pode pegar, Mary? Minhas costas estão me matando. — disse o canalha do meu chefe.

Eu odiava aquele olhar.

Novamente meu chefe estava derrubando coisas em sua sala, na esperança que eu me abaixasse para pegar, me chamando em seu escritório exatamente por nada.

Ele olhou para a caneta esferográfica de tinta azul, que propositalmente havia deixado cair no chão, então seu olhar voltou para mim, sugestivamente.

Eu respirei fundo, porque sabia que aquilo era mentira, suas costas não doíam, e assim que eu me abaixasse ele caminharia como quem não quer nada, dando uma boa olhada em mim por trás.

O suor descia por minha testa, enquanto ele aguardava que eu me abaixasse.

Fiz o que pediu, mas não da forma que esperava, me agachando rápido demais.

Quando entreguei a caneta ele pareceu decepcionado, e eu aliviada.

— Pegue esses documentos e leve para Susana no terceiro andar, peça a ela para fazer cópias. — pediu mal humorado.

Mais do que depressa eu peguei os documentos e levei para Susana no terceiro andar, Gary me dava arrepios.

Eu podia muito bem acusa-lo de assédio sexual, já que mais de uma vez ele sugeriu energicamente que devíamos sair, mas eu precisava desse emprego como secretária.

— Eu não entendo Mary, você é tão inteligente, fez faculdade de administração, fala três idiomas, porque fica aguentando essas situações nojentas do Gary Coleman?

Susana me questionava enquanto fazia as cópias.

— Não importa suas capacidades Susana, se você não tem contatos eles não dão a mínima para o seu currículo. — falei.

Olhei para máquina de café e segui para pegar um, levei um para Susana.

— Você tentou uma entrevista na companhia Campbell?

— Tentei, mas disseram que não tinha experiência para secretária da presidência, e depois contrataram a sobrinha do chefe. — resmunguei, ressentida.

Susana começou a colocar as cópias no balcão, e pegou seu café que eu oferecia.

— Ainda assim, não sei porque você aguenta o Gary, eu já teria o acusado de assédio.

— Preciso de todo o dinheiro que ganho aqui, esquece que estou economizando para o meu apartamento?

Susana bebeu seu café, então olhou nos meus olhos.

— Mary você só faz isso, economizar para o seu apartamento, e sei que você também dá parte do seu salário para o orfanato São Jones, onde você cresceu.

Suspirei, porque não queria falar daquilo.

Susana era uma das poucas colegas que sabiam que eu cresci em um orfanato, e como as pessoas de lá eram importantes para mim.

Mas mesmo sentindo um enorme carinho por ela, encerrei a conversa antes de começar.

— Vou voltar ao trabalho.

O restante do dia correu normalmente, quando estava pegando minhas coisas para ir embora Gary foi até minha mesa.

— Mary tem um minuto?

Eu queria lhe dizer que não, que precisava pegar dois ônibus para chegar ao meu apartamento decrépito, mas ao invés disso, disse.

— Sim.

Gary tinha uma pele horrivelmente oleosa, e suas sobrancelhas negras eram extremamente espessas, chegando a ser assustador, seu cabelo negro era curto, e quando me ouviu dizer sim abriu um enorme sorriso, o que me causou calafrios.

Eu o segui até sua sala, e quando entrei o ouvi trancando a porta, isso fez meu coração acelerar.

— Em que posso ajudar, Sr. Coleman?

Eu devia ter adivinhado, mas não esperava que aquilo fosse acontecer, até que estivesse acontecendo.

Gary me agarrou por trás me puxando violentamente para ele, eu arfei surpresa e aterrorizada, quando ele enfiou a língua dentro da minha boca.

Suas mãos percorriam meu corpo sedentas, um segundo depois consegui sair do choque da situação e mordi seu lábio, até que ele se afastou furioso, com a mão na boca, seu lábio inferior estava sangrando.

Ele praguejava, possesso comigo, minha única reação foi correr até a porta, sem olhar para trás.

Mas pude ouvi-lo gritar algo terrível.

— Está demitida Mary Stewart!

Naquele momento não me importei com a demissão, só queria sair do prédio de Alencar.

Desci as escadas correndo, com minha bolsa no ombro e meu coração aos pulos, quando senti o ar da noite consegui respirar, mas não parar de correr.

Quando cheguei ao meu apartamento eu tirei os sapatos e joguei a bolsa de lado, sentei no sofá e abracei a mim mesma, enquanto deixava as lágrimas descerem, havia algo dentro de mim que me fazia me sentir suja e decepcionada, pensei em denuncia-lo, mas não queria que ninguém soubesse, como poderia entrar em uma delegacia e contar tudo aquilo?

Consegui segurar as emoções no ônibus, mas em casa desabei.

Não conseguiria ir a uma delegacia.

Nos dias que se seguiram eu fiz várias entrevistas, até que me vi sem esperanças de um novo emprego, meu currículo era sempre elogiado, mas nunca era contratada.

Quando não havia mais nada para mim recebi um uma ligação, de uma entrevista em uma mansão.

Era minha última chance.

Assim que entrei na mansão Willians para a entrevista a Sra. Willians me olhou parecendo em choque, após alguns segundos ela pareceu se recuperar e fez a entrevista, não entendi porque ela me encarava com tanta insistência.

Depois de fazer as perguntas de sempre, a mulher disse em tom categórico.

— Seu currículo é bom, mas a companhia Alencar fez algumas ligações, e não posso contratar uma pessoa com sua conduta imoral, inclusive eu mesma conheço Gary Coleman, e ele não falou nada de agradável sobre você.

Aquilo fez meu mundo cair, e desabafei.

— Isso não é justo, eu fui assediada por ele! Ele está acabando com minhas chances de emprego porque eu não cedi a seus abusos!

Foi como um turbilhão, saindo tudo que estava guardando há dias de uma vez só, enquanto a mulher apenas me observou, quando terminei meu surto histérico ela perguntou:

— Você realmente está precisando de dinheiro, certo?

Havia um estranho brilho em seus olhos.

— Você não faz ideia, Sra. Willians.

— O que acha de casar no lugar da minha filha com o bilionário Bruce Stevenson?

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