Talvez, só talvez, o pesadelo estivesse começando a ter um fim.
Caleb
Eu estava na sala, deitado no sofá, com um copo de café frio na mão e a cabeça a mil. O relógio marcava quase nove da noite, e eu já tinha tentado de tudo pra não surtar — TV, leitura, até organizar papéis da empresa — mas nada fazia minha mente parar.
Então, quando ouvi o barulho do portão se abrindo, me levantei num pulo.
Era o som do carro do Nicolas.
Abri a porta antes mesmo dele bater.
— Cara, até que enfim — falei, aliviado, quando vi ele saindo do carro.
Ele largou a mala no chão e veio direto me abraçar.
— Faz quantos anos que a gente não se vê direito, hein? — ele disse, me apertando com força.
— Uns dois, talvez três — respondi. — Mas parece que faz uma vida.
O abraço durou mais do que o normal. Acho que nenhum dos dois queria soltar.
Quando ele finalmente se afastou, olhou pra mim e soltou aquele velho sorriso meio debochado dele.
— Bom, irmão, me atualiza. Mamãe me ligou chorando, e você parecia um zumbi no telefone. O que diabos tá acontecendo aqui?
Suspirei fundo.