Caleb
Faz menos de um mês que tudo virou de cabeça pra baixo — e mesmo assim, parece que já faz um ano.
Eu achava que tava preparado pra ser pai. Achava mesmo. Fiz curso, li coisa pra caramba, comprei aquele monte de troço que a Pamela queria, mas, cara... ninguém te prepara pra realidade de ter dois recém-nascidos em casa.
A mansão Belmont sempre foi um lugar enorme e silencioso. Agora, o som que mais se ouve é choro de bebê, e o barulho da babá correndo pelos corredores. Mesmo com tanta gente trabalhando aqui — cozinheira, mordomo, duas babás, a enfermeira que a minha mãe contratou — parece que ainda falta braço.
Acordo umas três vezes por noite. Às vezes por causa do choro deles, às vezes porque fico com medo de não ouvir o choro.
Tem noite que eu levanto antes mesmo de começar.
A Pamela fica com a Isabela, e eu geralmente pego o Lucas. Ele é mais calmo, dorme fácil depois que mama, mas Isabela... essa garotinha tem personalidade. Fiquei dias com medo de encostar nela, ainda lembro