E pela primeira vez, acreditei de verdade nisso.
Pamela
Acordei com o barulho do carrinho de medicação batendo na parede. A luz do quarto ainda estava meio baixa, e o cheiro do hospital — aquele misto de álcool, sabão e café frio — me fez lembrar onde eu estava.
Demorei uns segundos pra entender o que estava acontecendo, até ver o Caleb sentado ali, na mesma poltrona de sempre, com os olhos inchados, o cabelo bagunçado e o rosto cansado. Ele dormia torto, de lado, com a cabeça apoiada na mão. Parecia ter passado dias sem descansar de verdade.
Meu coração apertou.
Quis chorar, mas o corpo ainda estava fraco demais pra tanto.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, uma enfermeira entrou, abriu as cortinas e sorriu pra mim como se tivesse acabado de trazer boas notícias.
— Bom dia, senhora Belmont! — ela disse, animada. — Que bom ver a senhora acordada! Como está se sentindo?
Minha voz saiu rouca, arranhada:
— Cansada. Mas viva, eu acho.
Ela riu de leve.
— Isso é ótimo. Eu já volto, vou chamar o doutor. Ele quer falar com vocês.
Ass