A garota é o doce problema do Ceo
A garota é o doce problema do Ceo
Por: Candy Boss
Prologo

36 anos atrás.

— Você é a mulher da minha vida, Mari.

Ouvi Rowan murmurar enquanto me abraçava demoradamente, mas seu tom de voz não me parecia normal. 

Algo estava acontecendo e ele não conseguia me dizer o que era.

— Mas nunca serei aceito pela sua família.

Ele tinha razão. 

Meus pais nunca iriam recebê-lo com verdadeiras intenções. 

Rowan é um homem de família simples e humilde, e depois de conhecê-lo melhor com toda a sua educação, gentileza e simplicidade, acabou me cativando. Eu me aproximei dele, demonstrando interesse, e então ele me recebeu com todo o amor que ele tinha.

Com sua mão em meu rosto, ele acariciou minha bochecha e chamou minha atenção. Em seus olhos denunciavam a dor que estava sentindo. E eu entendi o que estava prestes a acontecer dali em diante, mas não queria acreditar que ele faria aquilo comigo, não depois de tudo o que passamos.

— Eu preciso ir, Mari. Mas por favor, não acredite em nada do que ouvir a meu respeito. Eles querem que você me odeie.

Sentindo lágrimas molhando meu rosto, eu me afastei e o encarei enquanto sentia um aperto gigante em meu peito. Nada daquilo deveria estar acontecendo. Ele deveria permanecer ao meu lado.

— Você vai me deixar assim? 

Recuei alguns passos, sentindo o ar ficar preso em minha garganta, e com ele, as lágrimas se acomularam me impedindo de falar.

— Você é esse tipo de homem, Rowan?

Eu tinha certeza de que algo estava acontecendo, mas ainda não conseguia acreditar que ele iria me deixar. Pois independente do que nos ameaçava, eu iria ficar ao seu lado e para meu desespero, ele não. Rowan não iria enfrentar o mundo por mim.

Seu rosto estava totalmente expressivo e era isso que deixava tudo mais confuso. Seus olhos estavam vermelhos, sua respiração alterada, e nervoso, ele passou as mãos por entre os cabelos castanhos claros e respondeu:

— Eu nunca, nunca vou amar outra mulher além de você. 

Ele se aproximou e eu recuei dois passos, ele então parou de se mover e com a cabeça baixa, fechou suas mãos em punhos e disse:

— Espero que me perdoe um dia.

Depois disso, ele virou suas costas e saiu andando. Me deixando petrificada para trás. Naquele momento, parecia que o chão havia se desfeito sob meus pés, e eu queria sumir no mundo para não sentir a dor de vê-lo ir embora. Por me abandonar. A dor nunca iria acabar.

Eu nunca iria perdoá-lo. 

Como iria perdoar um homem covarde como ele?

Cai de joelhos sentindo meu mundo ruir diante dos meus olhos, sentindo o ar sendo arrancado dos meus pulmões. Ao meu redor não existia mais ninguém, e por alguns segundos, lamentei por não existir uma pessoa a quem recorrer. Eu queria gritar, eu queria xingá-lo até passar a dor que estava me sufocando, e a medida que as lágrimas desciam em meu rosto, começou a cair chuva do céu noturno, uma chuva grossa e fria que parecia cada vez mais densa e ruidosa, e de repente, ouço alguém se aproximar enquanto chama meu nome, mas a essa altura eu não tinha forças e nem ânimo para me mover.

— Mari, o que…

Fui puxada do chão diretamente para os braços do meu melhor amigo. Eu sabia que era ele. Ele sempre me salvou. Sempre me acobertou pois conhecia toda a história.

— Angelo, eu quero…

Tentei falar, mas nada saia além das lágrimas, e me apertando em seus braços, ele respondeu, enquanto nos direcionava para algum lugar seguro e escondido.

— Rowan pediu para que eu viesse vê-la.

Só a menção do seu nome causou uma dor aguda em meu peito e rapidamente estremeci enquanto sentia meu corpo convulsionar em dor e lágrimas. Nada parecia real depois que Rowan havia me deixado, e agora sei que devo ser forte para seguir com a minha vida, pois ele não irá voltar. Eu nunca mais iria te-lo em meus braços.

Já faz alguns dias que minha menstruação está atrasada, sinto fortes enjoos e estou apavorada com a ideia de ter um bebê sem um pai.

Como eu farei isso? Como irei enfrentar meus pais para ter essa criança?

Abracei meu corpo, sentindo uma dor profunda crescer em meu peito, e só se intensificou em imaginar meus pais me obrigando a tirar o bebê. O único vínculo que tenho com o homem que amo. O único motivo que iria me fazer lembrar que fui abandonada.

Me olhando no espelho, comecei a notar as mudanças em meu corpo, e depois disso, tive a certeza que havia um serzinho crescendo em meu ventre. Eu já não tenho mais opções, não posso esconder por mais tempo.

— Você o quê?

Angelo se levantou abruptamente da cadeira, chocado com o que acabou de ouvir, e engolindo em seco, direcionei um olhar firme para ele, para confirmar o que eu havia falado.

— Não sei o que fazer, mas não quero nem pensar na possibilidade de romper a gestação.

Angelo começou a andar de um lado para outro, eu conhecia aquela expressão, como sempre, ele estava tentando solucionar meu problema.

— Eu pensei em fazer uma viagem longa para o estrangeiro.

Ele franziu a testa e negou com a cabeça, respondendo enquanto enfiava seus dedos por entre os cabelos, procurando por uma outra alternativa.

— Não. A menos que tenha algo importante para fazer lá, ninguém ficaria 9 meses fora, Mari.

Engoli em seco, concordei com seu ponto de vista e logo comecei a sentir uma ansiedade crescer em meu peito.

— Eu não sei o que fazer. Eu não sabia que estava grávida e queria que Rowan estivesse comigo, pois está sendo angustiante passar por isso sozinha.

De repente, lágrimas brotaram em meus olhos e logo comecei a soluçar, sentindo toda a dor em meu peito novamente. Sentindo que estava sem saída e que dessa vez, não iria conseguir sair ilesa. E se aproximando, Angelo me abraçou apertado e de alguma forma, seu gesto trouxe um conforto momentâneo para mim. Tentando me acalmar, ele murmurou:

— Você não está sozinha. Vamos resolver isso. 

Eu enxuguei minhas lágrimas e perguntei sem esperanças:

— Como? Eu não sei mais o que fazer.

Ele se aproximou de mim, tocando em minhas bochechas enquanto secava minhas lágrimas e perguntou enquanto olhava fixamente em meus olhos:

— Você confia em mim?

Eu o encarei por alguns segundos e confirmei com a cabeça, pois eu realmente confiava tudo a ele, nos conhecíamos desde criança e Angelo Redd sempre esteve ao meu lado em todos os momentos da minha vida.

— Ótimo, irei assumir seu filho.

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