Luara

Quando a mona se levanta, seu corpo me chama atenção. Ela é malhada, tem um cabelão, marquinha de fita e olhar arrogante. Particularmente, achei ela bonita. Nada contra, mas pelo jeito, ela não gostou nem um pouco da minha presença.

Ficou muda desde a hora que entrei, me olhando de relance, como quem já me conhece ou tem curiosidade. Não sei, só achei a vibe dela pesada. Posso estar errada, mas ela é estranha.

Quando ela sai, Dadá continua encarando. As duas trocam um olhar enojado antes dela ir embora. Certeza que Dadá sabe quem ela é…

— Quem que é essa mona estranha? _ Pergunto baixo pra ela, que aperta os lábios com desgosto.

Dadá — Essa é a fedorenta da índia irmã do K9. Veio da Coroa. Tá morando na rua 4 agora…

— Sério? Nunca vi ela.

Dadá — Ela é do job. Vivia correndo atrás de patrocínio no asfalto, mas acabou roubando vinte mil de um cara. Teve que fugir da polícia. Agora vai ter que ficar por aqui. Jajá vai tá ciscando do terreiro dos outros. Cara de puta pura. _