Mundo ficciónIniciar sesión
Enid empurrou a porta do escritório de Dovey, esperando encontrá-lo curvado sobre o laptop, como sempre. Em vez disso, encontrou o marido de três anos enterrado profundamente dentro do sócio, as pernas de Miriam em volta da cintura dele enquanto ela gemia contra a mesa.
Os papéis do divórcio na mão de Enid amassaram quando seu punho se fechou. Nenhum dos dois a havia notado ainda. A cabeça de Miriam estava jogada para trás, os olhos fechados, enquanto Dovey a penetrava com uma urgência desesperada.
"Bem, isso me poupa de ter que explicar por que estou aqui", disse Enid.
Dovey se afastou de Miriam tão rápido que ele cambaleou para trás na cadeira. As calças estavam arregaçadas até os tornozelos, a camisa desabotoada. Miriam se esforçou para abaixar a saia, o rosto corado de esforço e vergonha.
"Enid, eu...", começou Dovey.
"Não." Ela levantou a mão. "Eu já sei sobre o roubo da empresa. Isso só confirma o tipo de homem que você realmente é."
Ela jogou os papéis na mesa dele, exatamente onde Miriam havia sido espalhada momentos antes. Os documentos legais se espalharam pela superfície de mogno, alguns caindo no chão.
"Você roubou a empresa da minha família", continuou ela, com a voz firme apesar da raiva queimando em seu peito. "Falsificou minhas assinaturas. Transferiu tudo para a empresa dela. Achou que eu nunca descobriria?"
Dovey arregaçou as calças, com as mãos tremendo. "Não é o que você pensa."
"É exatamente o que eu penso." Enid pegou o celular e mostrou a ele os extratos bancários que havia impresso naquela manhã. "A Knuckles Manufacturing, fundada pelo meu avô, propriedade da minha família por sessenta anos, agora pertence à Miriam Gaillard Industries. A transferência aconteceu há seis meses."
Miriam deslizou para fora da mesa, ajeitando a blusa. "Enid, você precisa entender..."
"Eu entendo perfeitamente." Os olhos de Enid não se desviaram do rosto de Dovey. "Você precisava dos ativos da minha empresa para garantir aquele contrato com o governo. Em vez de pedir ajuda à sua esposa, decidiu roubá-la."
"Sua empresa estava falindo", disse Dovey, finalmente encontrando seu olhar. "Pelo menos assim, serviu a um propósito."
A dispensa casual foi mais dolorosa do que vê-los juntos. "O legado da minha família serviu a um propósito? Para financiar o seu caso?"
"Isso não tem a ver com Miriam."
"Tudo tem a ver com Miriam." Enid gesticulou para a mulher que ainda ajeitava as roupas. "As madrugadas, as viagens de negócios, as joias novas que você disse que eram para mim, mas nunca me deu." Ela tirou uma caixa de veludo da bolsa e a jogou sobre a mesa. "Encontrei isso no seu carro ontem. O recibo tinha data de três semanas."
Dovey olhou fixamente para a pulseira de diamantes que comprara para a amante. "Enid—"
"Já pedi o divórcio. Você será intimada oficialmente na segunda-feira, mas achei que merecia saber primeiro." Ela se virou para a porta e fez uma pausa. "Ah, e marquei uma coletiva de imprensa para amanhã de manhã. A comunidade empresarial deve saber sobre seus métodos inovadores de aquisição."
"Você não pode estar falando sério."
"Assista ao noticiário." Ela abriu a porta e olhou para trás uma última vez. "A propósito, suas câmeras de segurança têm excelente resolução. Meu advogado ficou muito impressionado com as imagens."
O rosto de Dovey ficou branco. "Que imagens?"
"As imagens de você e Miriam comemorando o roubo bem-sucedido da minha empresa. Bem aqui neste escritório. Três dias atrás." Ela sorriu friamente. "Você realmente deveria ter mais cuidado com o local onde conduz suas reuniões de negócios."
"Enid, espere—"
Mas ela já estava se afastando, seus saltos batendo no piso de mármore do corredor. Atrás dela, ela podia ouvir Dovey se esforçando para se vestir, a voz em pânico de Miriam perguntando sobre as câmeras.
As portas do elevador se fecharam no momento em que Dovey irrompeu no corredor, ainda abotoando a camisa. Através do vidro, Enid o observou bater nas portas do elevador, a boca se movendo em palavras que ela não conseguia e não queria ouvir.
Seu telefone vibrou. Uma mensagem de texto de seu advogado: "Documentos arquivados. Comunicado de imprensa pronto. Tem certeza disso?"
Ela digitou de volta: "Enviar."
O elevador chegou ao térreo. Enid atravessou o saguão das Indústrias Addams, passando pela recepção que visitara inúmeras vezes como esposa dedicada do CEO. O segurança assentiu respeitosamente, sem saber que acabara de assistir ao início do colapso do império de Dovey.
Lá fora, o sol da tarde de Manhattan parecia forte demais. Enid colocou os óculos escuros e caminhou em direção ao carro, finalmente se permitindo sentir todo o peso do que havia descoberto.
Seu casamento havia acabado. A empresa da família dela havia desaparecido. Mas amanhã, todos saberiam exatamente que tipo de homem Dovey Addams realmente era.
E isso foi só o começo.







