Capítulo 05

Vanessa

Não demorou nem cinco minutos e alguém bateu na porta, quando abri apenas minha mala estava ali, seja lá quem a deixou queria ir depressa, coloquei a mala para dentro do quarto. O lugar é limpo e claro, não havia nada que dissesse que Matthews vivia aqui, a única coisa fora do lugar era alguns papéis em sua escrivania, me senti tentada em ir até lá e ler suas correspondências, para mim Matthews é um grande mistério, desde que se foi naquela noite, não voltou a me procurar, seus pais não mencionaram seu nome,  não sei direito que desculpa ele deu a eles. Decidir ir tomar um banho, a lama já estava seca e começava cair pelo chão, não me dei conta mais provavelmente sujei onde pisei. 

O banho foi rápido, o medo de Matthews entrar a qualquer momento me deixou desconfortável, mas Liz prometeu que me daria quarenta minutos e ela não parece ser do tipo que quebra promessas. Coloquei uma roupa mais confortável, um vestido longo  e florido que não me deixaria mal vestida,mas ainda faltava algo para colocar nos pés, olhei para o chão do banheiro, havia um chinelo de banho do Matthews.

“ Ficar igual um palhaço com um chinelo maior que o meu pé ou andar por aí com o pé no chão?”

Decidir que o melhor é ficar descalço, não conseguir achar o secador, mas é claro foi ilusão minha, achar que Matthews tem algum secador, enrolei o cabelo em uma toalha e tentei em vão secar o máximo que eu pude, mas logo uma batida da porta fez meu coração acelerar, soltei o cabelo e me olhei no espelho, estou parecendo um pintinho molhado. Puxei o ar e fui até a porta, eu só preciso da assinatura dele, e depois disso poderei seguir minha vida fingindo que nosso casamento jamais aconteceu. 

Ele estava parado segurando uma bandeja com dois pratos e uma garrafa de vinho, ele sorriu e sinto meu coração acelerar, quem imaginaria que o tempo fosse tão milagroso na vida de Matthews ele agora parece um anjo, e por seu olhar o tipo de anjo que é jogado do céu direto para o inferno. 

— Deve está faminta, veio direto?— Ele perguntou entrando no quarto, parecia a vontade e relaxado. 

— Na verdade, eu só quero… — Ele sorriu.

— Não seja mal agradecida, Leonor não nos perdoará se esses pratos voltarem cheios.  — Ele fala como se eu soubesse quem é Leonor e devesse me importar com seus sentimentos. 

— De fato não pretendo estender minha estadia aqui, você sabe por que estou aqui. — Ele colocou a bandeja em uma mesinha perto da janela. — Venha se sente-se, ambos sabemos que não se tem uma conversa de negócios em pé. 

Fechei a porta e decidi que é melhor deixá-lo calmo, eu só preciso da sua assinatura, não precisa ser dramático, posso fazer uma última refeição com ele.

—  E como foi a viagem? —   Ele perguntou me servindo o que parecia ser um escondidinho de carne. 

— Tranquila, desci na cidade ao lado e aluguei um carro, sei que queria se esconder dos seus pais, mas acho que poderia encontrar um lugar com aeroporto ao menos. —  Ele sorriu. 

— Não fale mal dessa pequena cidade graciosa. — Eu ri, não era uma cidade feia nem nada disso, mas para alguém que cresceu em Veneza, não pode estar falando sério. — Consigo ver beleza onde pessoas como vocês não vêem.

— Pessoas como você?! —Eu ri. — Mas é claro a soberba dos Belmonte, sempre melhores do que nós pobres mortais. 

—Sabe que  incluindo minha família nessa observação  se incluir  também, até onde eu sei ainda é uma Belmonte — Ele é irritante, tinha me esquecido desse pequeno detalhe. 

— Logo deixarei de ser. — Falei pegando um pouco do escondidinho e colocando na boca e para minha surpresa, estava delicioso, mas do que delicioso estava divino.

— Vejo que gostou da comida. — Ele sorri e se concentra em seu próprio prato, havia um charme em Matthews, um, a qual ele adquiriu nesses longos anos longe de mim, porque o Matthews que eu conheci era um completo desajeitado. 

E terminamos a refeição no completo silêncio, ele parecia imerso em seu próprio momento, e parecia tão impróprio interrompê-lo.  Mas então ele levantou a cabeça de maneira rápida e nossos olhos se encontram. 

— Estou mudado não é?— Ele limpa a boca e j**a o guardanapo no prato. — Foquei na academia, não existe motivação maior que ser rejeitado em sua noite de núpcias. — E lá estava o drama, eu não quero falar sobre aquela noite.

 — Eu preciso que assine os papéis, não temos nada que nos prenda nesse casamento….

 — Nove anos e nove meses depois daquela noite, Vanessa Casteli se encontra em meu quarto novamente.  — Ele sorri como se algo pecaminoso passasse em sua cabeça, mas ele não disse nada. 

 — Isso não é divertido, temos que dar um fim nisso. 

 — Dez anos e você leva metade de tudo que é meu?  — Ele ri.  — Onde isso é uma vantagem para mim Vanessa? 

— Só quero que a empresa sabe disso!  — Me levantei e fiquei desconfortável. 

 — A empresa que seu pai roubou? — Acusação não deveria mais me afetar, porém, ainda é algo que me consome e tortura. 

 — Eu trabalhei para reparar esse erro, eu tenho trabalhado naquela empresa desde que você se foi. 

 — Pagou uma dívida que não era sua, Vanessa, e mesmo assim a empresa ainda é minha e não tenho motivo algum para entregá-la de bandeja.   — Ele com toda a certeza não o mesmo que me deixou naquela noite, havia um olhar diferente, seja lá o que lhe aconteceu, Matthews mudou. 

 — Temos um acordo.

 — Um contrato de dez anos por um casamento que nunca foi consumado?  — Ele ri e então se levanta, vindo em minha direção de maneira rápida, tentei me afastar e me desequilibro, ele me segura.  — Podemos mudar isso Vanessa, o que acha?

Eu o empurrei seu olhar era de pura luxúria.

 — Não!

 — Irei anular o casamento, pensei sobre isso,...

 — Não ousaria, isso me faria….

 — Se o que é Vanessa, uma mulher solteira, nunca fomos casados, deve se lembrar que naquela noite me expulsou do seu quarto, me implorou que não a tocasse, um casamento nunca consumado pode ser anulado.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo