NARRADO POR GIOVANI FERRETI
Ainda me incomodava ter Simon e os homens dele ao nosso lado. A presença deles, a postura calculada, o cheiro de poder emprestado. Mas era necessário. O sangue corria de todos os lados, e aliança, às vezes, era questão de sobrevivência.
Quando ele sugeriu forjar meu corpo — simular minha morte —, falou com convicção de que isso encerraria a guerra.
Irina teria o que tanto queria: poder.
Ava continuaria segura nas montanhas, protegida por Antoni.
Pablito nos braços dela.
E os homens de Seattle cruzavam a fronteira naquela noite. Precisavámos de reforços, todos o que me serviram com exceção de Matteo estavam do outro lado.
Tudo parecia caminhar para o fim. Mas o inferno não fecha as portas com promessas.
E então, ao amanhecer, ela entrou.
Scarllet.
Entrou. Mas não saiu.
Foi ali que entendi: cada dia que passava, o tempo se tornava um carrasco.
Ela estava lá.
Antonella.
E eu sentia… que estava sofrendo.
Eu sabia.
Não há silêncio que tape esse tipo de dor.
Naq