Narrado por Antonella Bellini

Eu não era acostumada a participar das reuniões dos Zelensky. Aliás, não me avisavam quando elas aconteciam — e parte de mim achava isso ótimo. Aqueles encontros eram sempre rodeados de poder, cifras sussurradas, alianças não ditas em voz alta, e homens que exalavam arrogância mais do que perfume caro.

Depois de um dia inteiro de expediente, exausta e com a cabeça pulsando, fui até a residência dos Zelensky. Queria pegar o Pablito e, claro, buscar as documentações que Mason tinha conseguido com tanta dedicação. Agora, com a mudança oficializada, eu poderia concluir meu curso — talvez, finalmente, receber meu diploma. Era um avanço. Um pedaço de normalidade em meio ao caos silencioso que eu vivia.

Mas nada me preparou para a movimentação que encontrei ao chegar.

Homens de terno alinhado, sotaques marcados de lugares que eu mal sabia apontar no mapa, vozes firmes em idiomas distintos. Os olhares eram cortantes, afiados. Quando caminhei pela entrada, senti o