Ele me conhecia. Pior — ele me lia.
A forma como me tocava, como me olhava, como dizia o meu nome entre os dentes, como se pertencesse a ele. E eu… eu estava me deixando pertencer.
Aquele homem era tudo que eu devia manter longe. Giovani Ferreti não era só o meu noivo por conveniência. Ele era a fronteira entre o que eu fui ensinada a ser e o que, secretamente, eu queria me tornar.
Não sei em que momento o toque virou entrega. O beijo virou necessidade. As palavras viraram refúgio.
Só sei que, naquela noite, meu corpo cedeu como se tivesse esperado por ele a vida inteira.
Fizemos amor como se o mundo pudesse acabar a qualquer segundo. Como se o tempo estivesse suspenso entre nossos gemidos abafados, os lençóis embolados, o gosto da pele, o calor, o instinto, o desejo.
E no fim… quando o silêncio caiu entre nós e o quarto cheirava a suor, prazer e abandono, eu me aninhei no peito dele.
Senti o coração de Giovani bater forte sob minha orelha. Ele não disse nada. Mas me abraçou como quem