Sim, estamos nos conhecendo, passeando de mãos dada. Isso parece tão normal, mas ainda há algo nele que me perturba. Algo que não sei explicar.

Por ele ser árabe?

Talvez...

Não sei...

Sinto os olhos de Hassan em mim. Ergo meu rosto para ele. Nossos olhos se encontram.

—O que acha de nos sentarmos?

Vejo então o banco.

—Claro.

Sentados de frente para o mar, sinto a brisa fresca batendo no meu rosto empurrando meus cabelos para trás. Observo Hassan, ele olha o mar com um sorriso no rosto. A curiosidade me toma e me faz perguntar:

—O que é divertido?

Hassan olha para mim.

—Eu aqui, num dia de trabalho. O Celular desligado. Os negócios explodindo, cheio de coisas para resolver e pela primeira vez estou quebrando minhas próprias regras aqui ao seu lado, curtindo sua companhia, compartilhando a vida com você.

—E isso é bom ou ruim?

Hassan se vira mais para mim e seu braço se apoia no recosto do banco, ele se inclina para mim, seus olhos muito vivos nos meus. Minha respiração fica entrecortad