A babá da filha do CEO
A babá da filha do CEO
Por: Franciele Viana
1 Molly

—Você não pode estar falando sério —eu disse para a mulher loira a minha frente, ela olhou-me de cima a baixo... Eu não estava mal vestida, mas naquele momento eu me senti exatamente daquele jeito, o meu terninho na cor vinho era bem discreto e combinava com a maquiagem leve, a minha massa de cabelos castanhos e selvagens eu havia mantido bem preso em um coque alto da cabeça.. O salto me ajudava a parecer um pouco mais alto do que os meus 1,65 de altura. —Eu preciso que me diga que se enganou —falei quase em súplica e apertei os meus olhos que ardia com lágrimas pressas ali.

—Não.. Eu não me enganei, sinto muito a vaga já foi preenchida – ela falou.. Agora ela parecia que estava comovida, não sei como consegui comover aquela mulher que parecia bem azeda. Soltei um suspiro e engoli o bolo que se formou em minha garganta, eu não queria voltar pra casa.. Não o meu pequeno apartamento que estava com as contas atrasadas e a dona viva me caçando para me dar a ordem de despejo. Eu tinha medo de voltar para a casa da minha mãe.. Admitir que eu era uma fracassada, aquilo não iria acontecer.

—Tudo bem – falei mais murcha do que uma uva passa no final do arroz, dando a volta no balcão do lugar. Eu me encaminhei até a saída, minha cabeça estava pesada.. Dando voltas e voltas com pensamentos de sair daquela situação, eu iria começar a procurar empregos em lanchonetes bares ou qualquer coisa do tipo, pouco importava o meu currículo em um momento como aquele.. Eu só não queria voltar para Loren. —Meu Deus.. O que irei fazer? —questionei baixinho e parei um pouco antes de chegar ao elevador, duas mulheres passaram a minha frente.. A fala de uma delas me chamou atenção.

—O senhor James está desesperado por uma babá de confiança e está enlouquecendo as secretárias para selecionar algumas qualificadas —a mais baixa e de cabelos acobreados falou.

—O homem é um verdadeiro colírio.. Mas deve ser um cretino, pois nenhuma babá dura ele.. Ou a menina é uma peste —a morena mais alta falou e aquilo me chamou atenção, como elas falavam da filha do chefe daquela jeito.. Não tinham nenhum amor ao próprio emprego – O salário é um absurdo.. Por acaso eu vi um contracheque e fiquei realmente tentada a largar a minha função e me candidatar a babá —ela continuou.. Nos desenhos sempre aparecem aquelas lâmpadas na cabeça dos personagens, eu estava me sentindo em um desenho pois eu acabava de ter uma ideia a nível daquelas lâmpadas.

—Aposta como ele não vai gostar de nenhuma babá.. Está nesse mesmo nível a semanas —a baixinha falou com ar cansado e o meu diabinho me incentiva a fazer o que estava passando pela minha cabeça, o anjinho não estava discordando muito.. Eles sabiam o quanto eu precisava de trabalho, juro que não era um pessoa adepta a mentiras... Só que aquela seria para um bem maior e eu seria perdoada.

—Nossa.. Isso é uma coincidência incrível —falei a ambas desviaram o olhar para mim —eu vim para uma vaga que na foi preenchida, mas sabe que eu tenho experiência com crianças —falei a vi as duas se olharam e me olhar em seguida.. Ou elas acreditariam muito em mim, ou elas colocaria os seguranças para me expulsar a pontapés.

—Você tem? —a baixinha questionou e recebeu um cutucão da mais alta, acho que aquela não estava muito disposta a me dar nenhum crédito.

—Sim.. Eu tenho sete irmão mais novos, perdi a minha mãe muito cedo —eu era filha única e Lauren Summer estava bem viva, que Deus me perdoasse pela blasfêmia – Trabalhei como babá para poder sustentá-los —coloquei a minha melhor expressão de mulher guerreira e que havia crido sete irmão mais novos.. A baixinha estava no papo, mas o meu problema era a morena que tinha os olhos cerrados para mim —Eu tinha esperança em trabalhar em outra área aqui na empresa, mas parece que o destino não quis —falei – quem sabe eu não posso conversar com o senhor James e convencê-lo da minha eficiência.. Poupará o trabalho de vocês ao procurar uma babá toda semana.

—Você tem muita confiança —a morena falou e eu dei um sorriso amarelado em sua direção.

—Como eu disse.. Eu tenho experiência, tenho certeza que vocês não iria ficar tendo que selecionar babá toda semana —os olhos da baixinha brilharam, dava para ver que ela não gostava nenhum pouquinho de selecionar babás.

—Eu acho que pode ser uma boa Anna —A baixinha falou e eu comemorei internamente, quase que eu faço aqui abertamente e não era o momento os olhos da morena ainda estavam em mim. —Eu vou marcar você para amanhã as dez.. Por favor seja o que estou precisando —ela falou aquilo quase com uma súplica.. Ela nem imaginava que aquilo também era uma súplica para mim. —Não esqueça de trazer uma boa recomendação —ela falou quando o elevador parou no andar do térreo.. Senti o meu sangue gelar, mas se eu tinha começado com aquilo iria até o fim. Com um sorriso polido no rosto eu concordei e me despedi.

Senti as primeiras gostas d’água enquanto eu caminhava até o metro... Era tudo o que eu precisava, chuva naquele momento. Eu estava muito ferrada, teria que sustentar aquela mentira.. Aprender a cuidar de crianças, mas eu realmente tinha experiência... Eu era uma criança de vinte três anos, só fazia coisa errada, mas podia atribuir tudo aquilo ao meu desespero. Tenho certeza que depois de um banho e que eu pensasse direito no que fiz.. Iria querer enfiar a cara no chão, mas já estava feito e não tinha mais volta, era a chance que eu precisava e iria agarrá-la com unhas e dentes.. Seria a melhor babá que aquela criança já teve, santo Deus.. Tinha uma criança na história.

Parei bruscamente os meus passos.. Não tinha ideia de como lhe dar realmente com uma criança, senti alguém esbarrar em mim e voltei a si recomeçando a caminhar. Acho que tinha uma pessoa que poderia me ajudar.. Mas eu duvidava muito que a ajuda me salvaria em menos de vinte e quatro horas, até lá a Internet iria ser a minha melhor arma. Eu iria impressionar o senhor James.. Era só o que estava nublando a minha mente naquele momento. Isso até eu chegar no prédio e dar de cara com a proprietária a minha espera.. O meu dia estava em uma montanha russa, entre coisas boas e ruins e péssimas como o que eu previa que iria acontecer.

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