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Olhei para o senhor Leonardo.

Ele olhava para o celular, sério, depois cruzou os braços e me encarou.

— Não vai atender?

Assenti e levei o telefone ao ouvido, tentando parecer normal.

— Oi, Otávio.

— Oi, Alana! Desculpa te ligar agora, mas vou ter que adiar um pouquinho. — a voz dele soava leve, normal, o completo oposto do caos interno que eu vivia. — Te pego aí umas dez pra meio-dia, pode ser?

— Pode sim, tranquilo. — respondi, tentando controlar o fôlego e o coração. — Sem pressa.

— Beleza. Te mando mensagem quando estiver a caminho.

— Tá bom. Até daqui a pouco.

Desliguei.

Quando levantei o olhar, Leonardo ainda estava me observando.

Calado.

O maxilar travado, o olhar firme demais, o dedo batendo de leve na coxa.

Ciúme? Não. Claro que não.

— Vai sair? — perguntou, com um tom que tentava soar neutro, mas falhou miseravelmente.

— Vou almoçar. — respondi, fingindo distração. — Com um amigo.

— Ah. — ele assentiu, mas o “ah” veio carregado de tudo que ele não disse. — Não vai almoç
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