Capítulo 43. A festa
Quando o dia da festa de aniversário da Fernanda finalmente chegou, eu estava esgotada. Os gêmeos, à medida que os dias passavam, queriam saber mais sobre o irmão. Eu tentava fazer algumas chamadas de vídeo, mas, mesmo assim, era complicado.
Com o afastamento gradativo de Eduardo, o que eu mais queria era fugir, sair porta afora e nunca mais voltar. Mas não podia fazer isso com as crianças. Porque, sim, eu tinha me apegado a elas. E depois que Davi foi embora, eu imaginava o quanto seria difícil para os dois se eu fosse também. Seria um duplo abandono.
Então, eu fiquei. Falava normalmente com Eduardo, decidia as coisas do dia a dia e fingia normalidade. Mas por dentro, eu estava morrendo. Sentia saudade. Sentia falta da boca dele, do abraço, de dormir com ele. Era uma tortura estar ao lado dele sem poder tocar. Então eu levava, um dia após o outro, esperando que essa vontade passasse.
— Davi vem para a festa da tia Fernanda? — perguntou Alice, enquanto eu fazia uma trança em seu cabel