03

Brenda despertou de um sono profundo quando ouviu a campainha da porta ressoar na casa. Com a mente ainda nublada pelo sono, levantou-se da cama e se dirigiu à entrada. Ao abrir a porta, surpreendeu-se ao ver um homem parado no batente, segurando uma enorme caixa embrulhada com um laço elegante.

A surpresa a invadiu, e seu coração deu um salto. O que era aquilo? Mas rapidamente, um pensamento cruzou sua mente: O homem árabe. Era quase certo que Haidar havia enviado aquele presente, e o simples fato a encheu de curiosidade, mas era maior o nervosismo que agora a dominava.

— Bom dia — saudou o mensageiro, sorrindo educadamente. — Isto é para você, Brenda Saywell?

Ela engoliu em seco. Então não era um engano e o pacote era mesmo para ela.

— Sim, sou eu. Muito obrigada.

Brenda recuperou o fôlego e pegou a caixa com as duas mãos, agradecendo ao homem pela entrega com um gesto cordial antes de fechar a porta. Sozinha, seu coração batia forte enquanto se dirigia à sala.

Logo se sentou no sofá para abrir a caixa e descobrir seu conteúdo que a intrigava demais.

Ao destampar, seus olhos se arregalaram. Dentro havia lingerie preta. O rendado delicado e a seda suave prenderam seu olhar. Brenda corou até a medula. Nunca tinha tido algo assim, e a ideia de se ver com aquela lingerie a fez tremer de nervosismo.

Era horrível se sentir assim.

Em meio à lingerie, encontrou uma nota escrita em uma caligrafia elegante:

> "Quero que use para o nosso encontro, Brenda."

> Atenciosamente, Haidar Abdelaziz.

>

Brenda sentiu sua respiração acelerar. A ideia de se ver dentro daquela lingerie, de estar com ele, era inimaginável. Balançou a cabeça, tentando se acalmar. Tinha que se concentrar e deixar o nervosismo de lado, mesmo que fosse muito difícil.

Brenda deixou a caixa de lado e se apressou em tomar banho e se vestir; tinha que trabalhar. O tempo não pararia por causa de seus pensamentos confusos. Levantou-se, se preparou e saiu em direção à pizzaria, tentando deixar para trás a inquietação que a havia invadido.

Ao chegar ao trabalho, soube que algo não estava bem. O dono, um homem de caráter rude, a olhou com desdém quando ela entrou.

— Brenda, não tolero o descumprimento — disse ele de forma direta, sem rodeios. — Você faltou ontem, e isso não está certo.

Brenda sentiu o estômago encolher. Sabia que havia sido irresponsável, mas a situação com sua mãe a havia sobrecarregado.

— Sinto muito, só tive um dia muito complicado — tentou explicar.

— Isso não me importa — respondeu ele, com frieza. — Você está despedida.

Embora perder o emprego não fosse algo que a afetasse muito, já que de qualquer forma ela teria que sair, Brenda havia trabalhado duro a semana toda, pelo menos merecia seu último salário, pelos dias que trabalhou naquela semana.

— Pelo menos quero meu último salário — disse ela, sentindo a raiva começar a crescer em seu peito.

— Não te devo nada. Então vá embora antes que a situação piore — ele cuspiu, com seu tom desdenhoso.

Brenda sentiu a frustração a invadir. Sabia que não podia permitir que a situação piorasse. Com um nó na garganta, decidiu que o melhor seria sair da pizzaria. Virou as costas e saiu de lá, não olharia mais para trás.

Quando chegou em casa, Brenda voltou a ver aquela caixa e bufou. Finalmente se deixou cair sobre a cama. Desejava com todo seu coração que aquele momento chegasse de uma vez por todas, no entanto, recordar seu dever como "esposa" de Haidar a aterrorizava loucamente.

Sabia que não estaria com ele apenas uma vez. Mas sim todas as vezes que ele desejasse. Balançou a cabeça, não era uma boa ideia continuar pensando nisso. O ar lhe faltava e se sentia desfalecer.

No entanto, mais uma vez a foto sobre a mesa de cabeceira, de sua mãe, lhe lembrou a razão pela qual não podia desistir. Não, não podia se dar por vencida.

Sua mãe precisava dela.

De um salto se pôs de pé, estava quase na hora de visita. Então iria ver sua mãe. Naquele dia também a encontrou mais animada, sabia que estava assim tão positiva após saber que conseguiria pagar o tratamento.

Brenda estava apenas esperando um pouco de seu pagamento ou todo, para quitar a dívida no hospital, tentar pagar o que devia no banco e assim se salvar de perder absolutamente tudo.

Suspirou fundo. Tic tac, tic tac, o relógio não parava. Continuava se movendo e tornando a espera restante um pouco torturante.

Haidar estava em seu escritório, de costas para a janela, observando a cidade que se estendia à sua frente. Longe do burburinho, nas alturas, se sentia o rei, tudo o que possuía lhe dava uma sensação de poder e controle. Era um homem que havia construído não apenas uma reputação impecável, mas que aos seus meros trinta anos recuperou o negócio de seu falecido pai, agora havia alcançado um sucesso inimaginável.

Era dono de cadeias hoteleiras e uma bem-sucedida companhia de publicidade.

Haidar sacudiu o pulso, olhando a hora em seu Rolex. Franziu a testa, ainda tinha que fazer um par de ligações.

O árabe voltou a pensar nela. Ele sabia que tinha Brenda Saywell em suas mãos, e isso lhe dava uma satisfação que não podia ignorar.

Haidar sabia que poderia destruí-la, que no final levaria a cabo sua vingança.

Seu telefone tocou.

Pegou o telefone e revisou as mensagens. Havia recebido uma resposta de seu assistente sobre a reunião que teria mais tarde com alguns investidores. A vida empresarial estava sempre em movimento, mas naquele momento, sua mente estava centrada em Brenda.

— Você é minha, me pertence, Brenda Saywell — soltou malicioso. — Você não tem ideia do que vai acontecer.

Então avisou Brenda e lhe deu instruções sobre o dia que escolheu. Não só a faria sua, mas também a tornaria sua esposa.

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