POV: SORAYA
Eu seria capaz de amar um monstro? Um demônio? Gostaria de amar Samael?
Essas perguntas se acumulavam na minha cabeça, me deixando inquieta. Ele me observava em silêncio, com aquela calma irritante, como se tivesse todo o tempo do mundo. Movia os dedos devagar pela taça, o olhar fixo em mim, avaliando cada movimento, cada respiração.
— Se precisa pensar demais, isso já é uma resposta, So. — disse com a voz baixa e firme, se afastando da mesa.
Bati a taça com força e me levantei, indo até ele. Segurei seu pulso antes que pudesse dar um passo. O toque da pele dele era quente, firme. Samael olhou minha mão, depois voltou o olhar para mim. Os olhos escuros, intensos, pareciam ler cada pensamento.
— Há tanta confusão aí dentro, minha loba. — murmurou, rouco, intenso.
A mão dele deslizou lentamente pelos meus cabelos, afastando uma mecha para trás da orelha. O toque seguiu até minha pele, os dedos firmes, quentes, traçando o contorno do meu maxilar com precisão. O gesto parecia