Acordei sentindo um gosto amargo na boca. Não conseguia enxergar nada ao meu redor além de uma fraca luz no canto do olho, que, aos poucos, conforme recobrava a consciência, se materializou em uma fogueira. Senti a areia escorrendo entre os meus dedos, e o cheiro de folhas podres e terra molhada me associou à floresta assombrada. As memórias de tudo que aconteceu voltavam gradativamente, o que me dava um tempo para relacionar minha situação atual e tentar encontrar explicações plausíveis para estar jogada no meio do nada.
Quando a última constatação difícil se fez conhecer em minha mente, sentei e procurei desesperada por qualquer sinal de vida ao meu redor, mas estava sozinha. Era noite, e qualquer criatura horripilante poderia me devorar a qualquer momento.