Um príncipe detestável

Hanna

Oryan Dravor é considerado cruel em batalhas e com aqueles que descumpriam as leis. Ele é arrogante, não olha para baixo quando passa por nós em cima do seu cavalo, parece querer nos esmagar como baratas em seu caminho. É detestável.

Mas é o príncipe, afinal. Ele pode fazer o que quiser, minha opinião não faz diferença nenhuma, eu sou apenas uma humana que luta para sobreviver.

Todos os empregados e alguns vampiros estavam do lado de fora, na frente do castelo. Minha mãe me puxou para próximo a rainha e nós abaixamos a cabeça em sinal de submissão. 

Aquilo era chato de se fazer, mas os servos tinham essa obrigação. Junto a nós só havia os servos dos reis. Somente eles eram permitidos ficarem próximos.

Logo o barulho de carruagens e cavalos foram ouvidos e levantei a cabeça apenas o suficiente. Os animais galopavam devagar. O príncipe estava à frente e foi o primeiro a descer assim que pararam.

A grossa capa estava em volta do seu corpo e uma grande espada que refletia em meio às suas vestes negras. Irônico, vampiros poderiam matar usando apenas as mãos. Por que precisavam de espadas? Eles também não precisavam de cavalos. Tudo era um show de exibição.

Olhei para o lado quando senti o puxão em minha roupa. Minha mãe me repreendeu apenas com o olhar e sua expressão dura. Eu não podia encará-lo.

Que ridículo isso. Eu queria desesperadamente sair daqui. 

Depois que fui repreendida, só foi possível enxergar os pés e ouvir suas vozes. Tanto o rei quanto o príncipe abraçaram a mãe. Ela falava feliz e dava para perceber um grande afeto entre eles. Esse afeto era conhecido. 

O irmão mais velho, Lucyan, assumiu o trono quando seu pai foi morto em uma emboscada. Uma morte cruel, seus membros foram separados e dados aos lobos. Assim dizem. 

Desde então, os três são quase inseparáveis. Oryan é o braço direito de Lucyan e a rainha Vaeryssa, sua conselheira. Eles parecem felizes, ao menos é o que demonstram para seu povo.

Após entrarem no castelo, todos se ocuparam de suas funções, assim como eu e minha mãe. Eu fiquei na espera do príncipe e ela, da rainha. 

O rei era o único que não tinha ninguém à sua espera, mas segundo minha mãe, era devido a sua esposa. Ela gostava de cuidar pessoalmente de muitas coisas, não parecia, pois era tão deslumbrante quanto a rainha, inclusive, eram muito parecidas, bem, era prima do rei. 

Astrid era conhecida por ser bondosa, mas pouco aparecia. Dizem que já foi uma guerreira e hoje se ocupava apenas do rei. 

Os dois eram exemplos e admirados pelo povo. Eu quero achar alguém assim que me amasse tanto, porém, não tenho muita paciência e nem sou delicada, quase sempre fogem.

Ajeitei a postura assim que ouvi a porta se abrindo. O príncipe nem sequer olhou-me, ele caminhou para um lado do corredor e o acompanhei. Antes de me afastar completamente, olhei para a minha mãe, ela sorriu me desejando sorte, esperava ter realmente.

O príncipe não disse uma palavra durante todo o trajeto, eu também não ousei, embora minha boca abrisse várias vezes nessa intenção. Eu estava tão nervosa, não dava para evitar.

Entrei no quarto logo depois dele e fechei a porta. Só então escutei sua voz imponente. Isso fez a velocidade dos meus batimentos aumentar mais.

— O que aconteceu com o meu servo? — perguntou-me ainda de costas.

— Ah… bem, ele… — Me atrapalhei nas palavras.

Oryan virou e não parecia satisfeito com minha presença ali.

— Você tem algum problema na fala? — perguntou, ríspido.

Não acredito que perdi meu sono para isso.

— Não. — baixei a cabeça quando lembrei que não deveria encará-lo.

— Então diga de uma vez!

Como eu disse antes, detestável.

— Ele se acidentou. Não pôde vir hoje.

— E quem a autorizou para estar aqui? — Deu um passo em minha direção e eu recuei instintivamente. 

— Minha mãe, a serva da rainha, inclusive, temos o consentimento da vossa majestade, sua mãe. — respondi pausadamente, mesmo nervosa, irritei-me com sua grosseria.

— Você é muito atrevida por falar assim de maneira desrespeitosa. — Deu mais um passo e eu dei outro para trás, mas dessa vez encostei na porta. Não tinha para onde fugir.

— Perdão, vossa alteza. — Não pedi com sinceridade. Ele era um príncipe detestável.

— Não sei se acredito em suas palavras, humana. A rainha, minha mãe, sabe que não gosto de estranhos me servindo. — Ele repetiu da mesma forma que eu. Eu sabia que isso ia acontecer, não levo jeito para servir.

— Mas é a verdade, ela me incumbiu dessa tarefa.. — Mantive meus olhos baixos. — Acredite, eu também não queria estar aqui. 

Me arrependi dessas palavras assim que saíram da minha boca.

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