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Será que vampiros morrem afogados?

Hanna

O príncipe apertou em minhas bochechas com uma só mão, ele ergueu o suficiente para que o encarasse, seus dedos apertaram a ponto de doer. 

Seus olhos vermelhos eram frios e perigosos, mas mantive-me firme. Se era para morrer, que fosse com dignidade, mas lamentava que fosse por um motivo tão banal.

— Fale pouco para não ter sua língua arrancada, humana. 

O príncipe me soltou e passei a mão no lugar do aperto. Ele virou de costas e começou a tirar suas vestes.

— Prepare meu banho.

— Sim, vossa alteza — respondi e andei apressada até a porta que dava acesso à área de banho. 

Só quando a fechei que pude respirar direito. Puxei a respiração algumas vezes antes de caminhar até o braseiro no canto do cômodo, esse que mantinham um caldeirão de água aquecido.

Que ótima boa impressão, eu devia melhorar meu temperamento para meu próprio bem. Felizmente, estava perto do amanhecer e se não morrer até lá, estarei livre. 

Peguei o caldeirão e despejei a água quente dentro da banheira com água fria. Fui cuidadosa em deixar a temperatura agradável, embora não soubesse como ele gostava, mas eu não ia perguntar. 

Os vidros de produtos para o banho estavam ao lado e eu não fazia ideia de qual usar. Abri um e achei cheiroso, eu não tinha nada disso, meu banho era apenas para tirar o suor e sujeira de um dia longo de trabalho na terra. Aqueles produtos eram feitos apenas para os nobres.

A porta foi aberta e de imediato levantei. Foi inevitável não olhar o corpo nu que caminhava de forma despreocupada em minha direção. Abaixei a cabeça rapidamente quando percebi estar olhando demais. 

Droga, eu gravei tudo, nunca vi um príncipe nú, mas nossa, ele é bonito.

O príncipe passou por mim e entrou na banheira. Ele relaxou na água e colocou os braços sobre as bordas. A banheira era pequena para ele, já que seus joelhos flexionados estavam fora da água, no entanto, ele fechou os olhos como se apreciasse estar ali dentro.

— Com sua licença, vossa alteza. — Fiz uma reverência e me virei para sair.

— Onde pensa que vai, serva?

— Sair para que tenha privacidade em seu banho.

— Seu trabalho não acabou. Venha lavar minhas costas e meus cabelos — exigiu sem nem abrir os olhos.

Apertei minhas mãos em punhos. Minha mãe estava muito enganada sobre ele. Oryan é um tirano e seria capaz de me matar por muito pouco. E também, o que custa dizer um por favor?

Peguei um vidro e ele observou de canto de olho antes de suspirar.

— O branco é para os cabelos e o transparente para o corpo. Preste atenção para que eu não tenha que repetir.

Será que vampiros morrem afogados?

Peguei o vidro correto e posicionei-me atrás dele. Com cuidado, molhei seus cabelos levemente ondulados e tão negros como os de sua mãe, os fios chagavam aos ombros e eram mais macios do que os meus cachos embaraçados. 

Meus cabelos também não eram tão escuros, não sei se era devido ao sol, mas tinha muitos fios claros em meio aos castanhos.

Seus olhos permaneceram fechados e aproveitei para observar seu rosto. Aqueles traços perfeitos não combinavam com sua personalidade ruim. 

Aos padrões de muitas, ele tinha uma beleza perfeita, seu rosto másculo, sempre carregava uma expressão dura, os lábios bem desenhados costumavam ficar em uma linha fina, além disso, havia uma leve covinha em seu queixo.

Elas sentiriam inveja de estar aqui esfregando seus cabelos e eu, trocaria de lugar com prazer.

Felizmente, eu tinha a sorte por ele não ler pensamentos, pois queria arrancar seus cabelos e enfiar aquele rosto bonito em uma lama de porcos.

Assustei-me quando segurou meu pulso, não foi forte dessa vez.

— Seja mais gentil, serva. 

Apertei a mandíbula. Ao mesmo tempo que sentia medo, também sentia raiva. Não sei se iria aguentar uma noite inteira servindo-o.

Suavizei a pressão dos meus dedos e me controlei para não suspirar, talvez até isso o incomodasse. Em todo o tempo, procurava pensar na minha mãe, ela era meu único incentivo.

Ela sempre se orgulhou do seu trabalho e quis que eu seguisse seus passos, mas nunca gostei da ideia, eu preferia estar no meio do sol com as mãos sujas de terra. Depois de hoje, espero nunca mais pisar nesse castelo.

Terminei de auxiliá-lo no banho sob suas reclamações, falou até das minhas mãos calejadas. Oras, são as mãos de uma trabalhadora! Além disso, sua pele parecia a de uma donzela, claro que iria estranhar minhas mãos.

Foi um alívio quando ele saiu e me deixou sozinha para arrumar a bagunça, mas quando terminei e voltei para o quarto, havia duas mulheres na sua cama, eram humanos. 

Certamente, suas bolsas de sangue ou apenas as que iriam o satisfazê-lo, mas provavelmente a segunda opção, pois estavam quase sem roupas. 

Quem liga?... Bufei internamente. 

— Feche as portas e as cortinas, serva. Esteja aqui no entardecer, sem atrasos. — Aproximou-se e cheirou meu pescoço. Meu corpo enrijeceu. — Tome um banho antes de vir. Você fede. 

Dito isso, ele se afastou e antes de chegar à cama, o robe negro que cobria seu corpo caiu no chão revelando mais uma vez, o corpo nu. 

Sem o menor pudor, ele subiu na cama e, ao ser recebido por elas, levou o pulso de uma à boca. Ela gemeu como se achasse bom, porém, ele parou e virou para me olhar, eu não esperei que falasse, apenas me apressei e cumpri sua última ordem.

Saí daquele quarto decidida a não voltar mais. Iria conversar com minha mãe e que ela me perdoasse, mas não ia mais servir a esse vampiro. 

Nunca mais.

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