Isabela ignorou o tom de provocação nas palavras dela, mas continuou sincera, querendo mesmo ter uma boa relação.
— Eu falei de coração, sabia? Nem para o seu irmão eu contei isso, nem para minha melhor amiga. Hoje, eu só desabafei com você.
Clara mastigava a comida, com um tom de deboche:
— Vocês, advogados, além de lutar na justiça, também jogam com os sentimentos?
Isabela riu, meio brincando:
— Pois é, você acha que ser advogado é fácil? A gente tem que saber se virar, aproveitar toda brecha, achar o ponto fraco do outro e atacar sem dó, até derrubar o adversário.
Clara engoliu a comida, tomou um gole de água, largou o garfo e encarou Isabela:
— E aí? Vai usar essas táticas de tribunal para cima de mim?
— Queria, mas você não me dá chance. — Isabela respondeu sorrindo.
Não se batia em quem abria o sorriso. Apesar de ser mimada e meio mandona, Clara também não conseguiu rebater Isabela com grosserias naquele momento.
— Você não foi mesmo assim que conseguiu conquistar meu irmão, né?