Jorge olhou para ela e perguntou:
— Por que veio ao hospital?
Aquele também não era o hospital onde o professor Davi estava internado.
— O Leonardo sofreu um acidente de carro, estava indo ver ele. — Ela ajustou o cinto de segurança.
Jorge levantou a sobrancelha.
— Foi grave?
— Quebrou a perna. — Isabela respondeu.
— Ah, é mesmo?
— Você está parecendo um pouco satisfeito com isso? — Isabela o olhou, seu rosto iluminado pela luz, as linhas do seu perfil bem definidas.
Ele ligou o carro, com uma postura meio desleixada.
— Entre rivais, é sempre uma questão de vida ou morte, né?
Com aquele tom, quem não soubesse, até pensaria que o acidente de Leonardo tinha sido coisa dele.
Ele segurava o volante com uma das mãos e, com a outra, pegou a mão dela.
A mão dela estava fria.
Jorge franziu a testa, estendeu a mão e ligou o ar-condicionado do carro.
O carro saiu do tráfego congestionado e entrou na avenida principal.
O inverno chegou, e até as árvores na beira da estrada estavam mais secas.
Já