Assim que Maria ouviu que ainda teria que ir até lá, fechou a cara na hora.— Que venham eles até aqui! — Disse ela, impaciente. — Eu estou disposta a pedir desculpas, isso já é mais do que suficiente. Agora ainda querem que eu vá até lá? Eles acham que merecem?— Se você quer mesmo se desculpar, então vai lá e faz isso. — Sandro respondeu.Ele já tinha entendido a situação muito bem. Se a mãe dele arranjasse briga com os pais da Isabela, as chances de reconquistar a Isabela iam por água abaixo.Então, mesmo conhecendo o gênio da Maria, ele precisava convencer ela a ceder.Mas Maria não queria engolir o orgulho.Na frente dos pais da Isabela, ela sempre se colocava por cima. Pedir desculpas já era o máximo que conseguia aceitar. Naquele momento ainda ter que ir até lá? Era como jogar a dignidade no lixo.— Já que você vai se desculpar, pelo menos faça isso direito, sem dar motivo para ela te atacar depois. — Insistiu Sandro.Maria soltou um riso sarcástico.— Acha que eu tenho medo del
Ela tentou se justificar.— Sem problema. — Jorge respondeu.Ele foi olhar para a Isabela.Isabela, sem jeito, passou a mão na testa.Não tinha muito o que fazer, sua mãe era assim, e ela não podia mudar aquilo.Isabela sugeriu levar o Caio ao hospital, mas ele se recusou, dizendo que estava bem, que só tinha alguns arranhões no rosto, mas nada grave.Lara também comentou que já estava tarde e sugeriu levar ele ao hospital amanhã para fazer um check-up completo.Isabela concordou, sem muita escolha.Depois que saíram do carro, Lara de repente se lembrou de algo e rapidamente se virou.— Isa, sua tia disse que você e seu namorado ajudaram bastante ela. Ela pediu para eu te avisar que quer que você e seu namorado passem lá. Ela quer receber vocês direitinho.Isabela recusou de imediato:— Diga para a tia não se preocupar, estou muito ocupada com o trabalho, não vou poder ir.Lara olhou para a filha e reclamou:— Sua tia passou por tantas coisas e você não me contou nada.Isabela viu logo
Isabela desceu do carro como se estivesse fugindo, empurrou a porta e saiu correndo.Na verdade, ela nem sabia do que exatamente estava com medo.Talvez estivesse com receio de não conseguir fazer o que ele quisesse.Assim que chegou em casa, recebeu uma mensagem de Jorge:[A viagem a trabalho vai ser adiada por um dia.]Isabela ficou encarando a mensagem por um bom tempo antes de responder apenas com um "Tá bom."Ela estava exausta. Deitou na cama e dormiu na mesma hora, nem tomou banho.Durante a manhã, Isabela tomou um banho,, colocado uma roupa limpa, e estava se preparando para passar na casa dos pais e levar eles ao hospital para um check-up completo.Quando abriu a porta do apartamento, um "troço" caiu para dentro.Ela levou um susto. Quando olhou direito, viu que era uma pessoa.Sandro, que estava dormindo encostado na porta, acordou. Ela se levantou devagar, com a barba por fazer, os olhos fundos de cansaço e a roupa toda amassada.— Cheguei ontem à noite... — Disse ele. — Pen
Isabela não negou, mas havia uma razão por trás daquilo.A expressão de Sandro se quebrou completamente.Ele soltou uma risada irônica. Parecia que ele estava zombando de si mesmo.Ele olhou para os pedaços de papel no chão e disse:— Eu nem fui nquela reunião, então esse comentário não foi escrito por mim.Naquele momento foi a vez de Isabela ficar em choque.— Não foi você?Rapidamente, ela recuperou a calma. Para ela, aquilo já não tinha mais importância.— Você pode ir embora agora. — Ela deu o aviso mais uma vez.Sandro a encarou intensamente, como se tentasse encontrar alguma emoção diferente no rosto dela.Mas a única resposta dela foi indiferença.— Você ama a pessoa que sou, ou...— Quer mesmo que eu chame a polícia? — Isabela o interrompeu de novo.Ela não queria ouvir nada sobre amor ou sobre o que ele sentia.Aquilo já fazia parte do passado.Se amou, e daí?Se não amou, e daí?Ficar falando do que aconteceu antes não fazia sentido algum.Era hora de olhar para frente.Entã
Leonardo bebeu tudo de uma vez.Isabela franziu a testa ao ver aquilo.Ele parecia estar com algo na cabeça. Leonardo colocou a xícara de café para baixo e disse: — Obrigado.Em seguida, pegou o casaco e se levantou.— Vamos tomar café da manhã juntos, que tal? — Leonardo convidou.— Já comi, estou esperando uma cliente. — Isabela respondeu.— Ok. — Leonardo deu de ombros.Ele colocou o casaco sobre o ombro e saiu, cambaleando um pouco.Isabela olhou para o relógio e disse:— Vou com você.Mal terminou de falar, a garota chegou. Isabela se desculpou:— Parece que não vai dar.Leonardo se virou e voltou.— Posso ir com você? — Perguntou ele.Isabela hesitou, mas ele completou:— Meu pai disse que, se eu não tiver sucesso, vai me mandar para o exterior. Eu não quero ir.Isabela sorriu para a garota e disse:— Vamos conversar na sala de reuniões.Ela então olhou para Leonardo.— Vá lá e traga dois cafés.Ao encontrar o olhar dela, Leonardo entendeu o que ela queria dizer. Embora estivess
O velho homem, após ouvir, perguntou apressado:— Há alguma chance de defesa?Isabela pensou um pouco e respondeu:— Sim, se tudo o que você disser for verdade...— Eu estou falando a verdade! — O velho homem se apressou em dizer.Isabela levantou o olhar, com uma expressão fria.— Deixe eu terminar de falar, tá?— Ah, sim, claro. — O velho homem ficou quieto e a ouviu.— Na primeira vez, ela era muito nova e não se lembra claramente. Se não houver provas diretas, vai ser difícil comprovar que você a estuprou. O que ela pode afirmar com certeza é aquele incidente no primeiro ano do ensino médio, mas naquela vez ela já não era tão nova, então não pode ser considerada uma criança. O principal é que, entre aquele caso e a tentativa de suicídio de agora, se passaram alguns anos. A polícia vai ter dificuldade de ligar o suicídio recente a um estupro cometido anos atrás. Mas se houver provas fortes, seu crime de estupro será confirmado.O velho homem ficou com o rosto sombrio.— Ah, entendi.
Leonardo ficou sem palavras por um momento.— Servir ao nosso país? — Ele se inclinou sobre a mesa com um sorriso de lado. — Você realmente ama o seu país, hein.— Você não ama? — Isabela perguntou de volta.— Claro que sim. — Leonardo respondeu.Isabela saiu da recepção e disse:— Espero que isso seja sincero.Leonardo a seguiu.— Não perco tempo com mentiras...Mal ele terminou a frase, seu estômago roncou alto.Ele tossiu constrangido.— Vamos, te convido para o café da manhã. — Isabela sorriu.Leonardo quase revirou os olhos.— Nossa! Dona Isabela, já são dez horas, você tem certeza que vamos comer café da manhã e não almoço?Isabela guardou suas coisas e disse:— Me chame de mana.Leonardo ficou olhando Isabela por alguns segundos, e de repente sorriu.— Ainda se importa com isso?— Claro, esse título de "Dona Isabela" significa que estou ficando velha, mas "mana" prova que ainda sou jovem. Ela não queria envelhecer.Leonardo de repente se aproximou, colocando a cabeça bem perto
Eles foram para a sala privativa.Os olhos de Clara estavam inchados e vermelhos. O rompimento do noivado com Sandro a afetou profundamente.Alícia, por outro lado, achou que estava tudo bem.— Hmph, não sei porque você tanto chora, que falta de vergonha.Clara ainda estava revoltada, mesmo naquela situação, ela continuava teimosa.— Mãe, você nunca amou, né?Alícia ficou em silêncio.— Que amor é esse? — Alícia respondeu com desdém.Talvez nunca tenha faltado amor em sua vida, por isso não entendia.Ela e o marido cresceram juntos, eram de famílias bem situadas, após o casamento, a relação era estável, tiveram um filho e uma filha. Embora eles não tivessem aquele tipo de amor ardente de novela, a relação deles era constante e tranquila.Com uma vida daquela forma, o marido nunca teve amantes, não traiu, não se envolveu em aventuras, sempre foi responsável pela casa, pelos filhos e cuidou muito bem dela.Como aquilo não seria uma relação admirável?Quantos amores intensos existiram nes