Isabela se sentia mal por ser desse jeito. A frustração de ter se assustado por algo tão trivial a consumia por dentro, corroendo sua autoconfiança habitual.
Jorge percebeu seu desconforto e, se inclinando na direção dela, comentou com voz suave:
— Você já foi incrível naquela situação. As mulheres, infelizmente, sempre foram um grupo vulnerável na nossa sociedade. Você estava lidando com as artimanhas de um homem indecente. É normal sentir medo.
Isabela franziu os lábios, um leve sorriso relutante surgindo no canto da boca.
— Você tem um dom para consolar as pessoas, sabia?
Na verdade, ela sabia que sua vulnerabilidade tinha raízes mais profundas. Anos de amizade e convivência com Danilo na escola haviam baixado suas defesas. Naquele dia, estava completamente desarmada, sem a menor suspeita.
— Está se sentindo melhor? — Jorge perguntou, seu tom carregando genuína preocupação. — Que tal sairmos para relaxar um pouco?
— Como assim? — Isabela ergueu a cabeça, seu olhar capturando o perfi